Procurando se aquecer para a folia de Momo, a Biblioteca Popular de Afogados deu início, na tarde desta terça-feira (20), à Oficina Preparatória de Carnaval – No passo do Frevo Eu Vou!!. As aulas acontecem no auditório da biblioteca, que fica na rua Jacira, s/n, no bairro de Afogados. Reunindo pessoas de todas as idades, que se inscreveram gratuitamente, o curso se propõe a abordar um pouco da história e alguns dos passos do mais autêntico ritmo pernambucano.

A oficina conta com duas turmas, de 25 pessoas cada uma, que terão aulas às terças e quintas-feiras, das 14h às 15h, e das 15h às 16h, até o dia 19 de fevereiro, véspera da abertura oficial do Carnaval Multicultural 2009. Este é o terceiro ano em que a biblioteca realiza essa oficina, que conta com a parceria da Escola Municipal de Frevo. “A idéia foi da Escola de Frevo, que manifestou o desejo de descentralizar suas oficinas, e aí nos procuraram, pra realizar essa parceria. Aqui, nós oferecemos essas aulas, em especial, para os moradores do bairro. Principalmente os jovens; eles são nossa prioridade”, contou Natália. A gerente da Escola de Frevo, Natali de Oliveira, disse que essa também é uma forma de levar aos bairros as atividades da escola. “Dentro dessas oficinas pré-carnavalescas, nós procuramos fazer uma esquema itinerante, enviando instrutores aos locais. É uma forma de divulgar nossa cultura, o trabalho da escola, pois muitos não têm condições de ir até lá”, explicou.

Dentro da atividade, a Escola de Frevo disponibiliza seis monitores para ministrarem as aulas. Um dos monitores, Jorge Viegas, informou que as aulas se basearão, a princípio, na história do frevo, trazendo aos alunos mais informações sobre sua origem. Os alunos aprenderão, também, os movimentos mais básicos da dança, já que para um aprendizado mais especializado é necessário um trabalho mais específico e de maior duração. “No frevo, existe toda uma preparação pra poder se dançar bem, por isso iremos fazer muitos trabalhos de aquecimento, pra, a partir daí, a gente começar a passar pra eles os passos básicos”, explicou Jorge. Segundo ele, será uma espécie de intensivo, pra ninguém fazer feio na hora folia. “O Carnaval já está aí e nós vamos ter que avançar, e iremos favorecer a todos pra que esse ano seja premiado para eles”, adiantou.

Segundo Natália Nascimento, devido ao interesse que despertam, essas atividades acabam atraindo um grande público e gerando uma proximidade com o ambiente da leitura. “A nossa biblioteca, assim como a de Casa Amarela, tem um diferencial, que é o de promover atividades culturais durante todo o ano, como essa oficinas, por exemplo. E isso acaba atraindo o público para cá, pois nós desfazemos essa imagem estática de que a biblioteca tem de ser apenas um balcão e livros”, disse Natália.

E esse público, segundo Natália, vem aumentando ao longo dos anos. Uma das freqüentadoras mais fiéis das oficinas, Sandra de Farias, moradora do bairro, faz questão de, todos os anos, inscrever suas duas filhas, Amanda e Sandy, ambas com 11 anos, nas oficinas de frevo. “É ótimo e elas nunca deixam de vir. Elas participam de todas as oficinas; sejam essas, envolvendo dança, ou as de leitura. Isso porque eu sempre me interessei por cultura e procuro estimulá-las junto, já que eu moro aqui pertinho e a nossa comunidade tem o privilégio de contar com uma biblioteca que nos oferece isso”, orgulhou-se.

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