O Pátio de São Pedro recebeu neste domingo (2) uma multidão de fãs e apaixonados pela obra do maior nome da música nordestina. O evento que marcou os 20 anos de morte do Rei do Baião e um ano de existência do Memorial Luiz Gonzaga, começou às 9h e só acabou na madrugada da segunda-feira, com muita gente querendo continuar.

Pela manhã o Memorial já abriu as portas mais cedo, recebendo centenas de pessoas que queriam conhecer o acervo, que conta com peças da indumentária que Gonzaga usava em suas apresentações, além de arquivos de música oferecidos para audição no local. Também estava à disposição do público uma série de vídeos com apresentações do Mestre, que foram assistidos com atenção por quem passou por lá.

O comerciante Alersson Lopes, 28 anos, era um dos mais animados. Vestido a caráter, com um belo chapéu de couro, bem no estilo Gonzaga, observava as relíquias do Mestre e relembrava como virou fã: “Meu pai tocava sanfona. Meus irmãos mais velhos também sempre gostaram de Luiz Gonzaga. Cresci ouvindo suas músicas e hoje, sempre venho aqui, olhar, pesquisar. Sou assíduo”, comenta. Mas quem esteve no MLG durante o dia não ficou sem o principal ingrediente da festa: cinco trios de forró já animavam o Pátio, em um palco montado especialmente para a ocasião.

NOITE – Depois da missa, que contou com a presença de vários familiares e amigos de Gonzaga, começou a série de shows dos que ainda fazem do forró a música símbolo do povo. Mas antes de colocar o povo para moer, uma mais que merecida homenagem ao zabumbeiro Quartinha, que tocou com o Mestre Lua desde criança e ainda hoje faz shows com nomes famosos do forró.

A gerente do Memorial Luiz Gonzaga subiu ao palco para entregar a placa alusiva à homenagem e falou sobre a importância do homem que, em 50 anos de carreira, elevou a zabumba à uma categoria que vai muito além de um instrumento de acompanhamento. Pela Prefeitura do Recife estavam ainda Fred Zero Quatro, representando o Secretário de Cultura, Renato L; o diretor de Equipamentos Culturais da Fundação de Cultura do Recife (FCCR), Beto Rezende e o Administrador do Pátio de São Pedro, Fernando Augusto.

No backstage, quem aguardava ansioso para sua apresentação era o pícaro Genival Lacerda, que foi prestigiar a noite: “Homenagear Gonzaga não é mais do que nossa obrigação. Ele foi, é e sempre será o nosso mestre e nosso orgulho”, declarou. Santanna, o cantador, também estava animado com a ocasião e não deixou de fora sucessos de Luiz Gonzaga, como Sala de Reboco. “Este é um acontecimento muito importante para todos nós que sabemos da importância de Gonzaga para a nossa geração e para as próximas”, explicou.

Logo após a homenagem a Quartinha, a festa seguiu do jeito que os cerca de 700 forrozeiros presentes esperavam: muita música e animação ao som dos convidados que deram o ar da graça para lembrar o Mestre Lua. O sanfoneiro Gennaro e a sua Walkíria começaram o arrasta pé, seguidos por nomes como Chiquinha Gonzaga, Camarão, Genival Lacerda, Seu Januário, Cristina Amaral, Nadia Maia, Irah Caldeira, Território Nordestino, Sevy Nascimento e vários outros que não querem e não devem deixar morrer o legado de Luiz Gonzaga.

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