Terceira Caminhada dos Terreiros de Matriz Africana e Afro-brasileiro é o ponto alto do dia

Um dia inteiro de eventos que visam ao combate a um crime tão comum que passa até despercebido na sociedade: a discriminação. Logo a partir das 7h, o Memorial Zumbi dos Palmares (na Praça Nossa Senhora do Carmo) será palco de um ato político e cultural para promover o combate ao racismo, machismo, intolerância religiosa, lesbofobia, transfobia e homofobia. Edson Axé, Coordenador do Núcleo da Cultura Afro-brasileira da PCR, explica que a aparente mistura de causas é na verdade um reflexo da transversalidade que é uma das prioridades da Gestão. “O Núcleo de Cultura Afro procura se afinar com movimentos que buscam a tolerância entre as diferenças. A justiça para todos é nosso objetivo comum” – explica.

 No evento estarão presentes representantes do Núcleo de Estudos Afro da Unicap, Quilombo Cultural Malunguinho, Afoxé Elegbará, da Diretoria de Promoção da Igualdade Racial da PCR, do Movimento Negro Unificado, além de representantes de diversos terreiros da Cidade e da Coordenadoria Especial de Promoção da Igualdade Racial.

 CAMINHADA - Como vem acontecendo desde 2007, a primeira terça-feira do mês de novembro – Mês da Consciência Negra – comunidades dos terreiros se reúnem para um ato político e ao mesmo tempo festivo. A 3ª Caminhada dos Terreiros de Matriz Africana e Afro-brasileiro, evento apoiado pela Prefeitura do Recife, através do Núcleo Afro da Secretaria de Cultura e realizado por entidades como Grupo de Ativação Cutural, Sociedade das Mulheres Negras de Pernambuco, Sociafro, Ganga Brazuca, Intecab, Cepir e Abycabe-PE, tem concentração programada para as 15h, no Marco Zero.

 De acordo com Mãe Nadja, Presidente do Maracatu Leão de Campina Afoxé Iamin Balé Gilê e coordenadora da Caminhada, o objetivo do evento é sensibilizar a sociedade para a importância da preservação dos costumes e tradições de origem africana, além de combater o preconceito e o desrespeito aos cultos da mesma origem. “O Brasil é um país laico, mas muitas pessoas ainda enxergam as expressões ligadas á história da cultura negra como algo inferior. A intenção da caminhada é contribuir com o fim do preconceito. É uma reação pacífica e bela contra os crimes que são cometidos contra as religiões de Matriz Africana” – informa. 

ITINERÁRIO - Depois da concentração no Marco Zero, a caminhada segue pela Avenida Marquês de Olinda, Rua Mariz e Barros, Palácio do Campo das Princesas, Rua do Sol, Avenida Guararapes e Dantas Barreto, chegando ao Memorial Zumbi dos Palmares, onde acontece uma cerimônia religiosa de Umbanda e Jurema.

O Núcleo Afro da Secretaria e Fundação de Cultura Cidade do Recife também reserva uma novidade para as Terças Negras, que acontecem no Pátio de São Pedro. A partir do dia 3, serão entregues troféus para pessoas que contribuem para a luta contar a discriminação racial. “É uma forma de reconhecer e dar visibilidade a quem trabalha por um mundo mais justo e igualitário” – encerra Axé.

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