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Assistência Social

CRIANÇA DO PROJETO BOLA PRA FRENTE É SELECIONADA PELO NÁUTICO
11:42 Terça-feira, 3 de Novembro de 2009

Um dos garotos atendidos pelo Instituto de Assistência Social e Cidadania (Iasc) foi selecionado para compor a equipe sub-11 de futsal do Clube Náutico Capibaribe. Luiz André da Hora, 11 anos, morador do Alto José do Pinho, faz parte do Projeto Bola pra Frente, realizado pela Prefeitura do Recife, por meio do Iasc, em parceria com o clube pernambucano e já está treinando com a nova equipe.

Desde 2007, o Projeto Bola Pra Frente visa a retirar as crianças e adolescentes das ruas e ensiná-los uma prática esportiva. Os garotos, com idades entre 9 e 15 anos, têm aulas de futsal ministradas pelo treinador da equipe do Náutico, duas vezes por semana, das 12h30 às 13h30, sob acompanhamento do educador social do Iasc, Gustavo Gadelha. Eles foram atendidos pelo serviço de Educação Social de Rua do Iasc, que dá assistência às pessoas em vulnerabilidade social. Atualmente, o Bola Pra Frente conta com 20 crianças.

Luiz André ingressou no projeto no fim de 2007 e, desde então, vem se destacando no ataque. Para Gustavo Gadelha, que acompanhou o menino durante sua participação no projeto, ele sempre se mostrou interessado, o que contribuiu para o seu desempenho e aproveitamento pelo clube. “A nossa intenção, na realidade, é prevenir que essas crianças passem por problemas sociais. Evitar que entrem no mundo das drogas e da marginalidade. E acreditamos que o esporte é uma boa saída para eles. Existem alguns casos, como o de Luiz, de meninos que se destacam. E isso, claro, nos deixa muito satisfeitos”, declarou Gustavo Gadelha.

O educador do Iasc informou que a preparação de Luiz André já prevê a sua participação no segundo turno do campeonato pernambucano de futsal.

O pequeno craque - Luiz André da Hora, 11 anos, mais conhecido como Nick, estreou no time do Clube Náutico em outubro, no jogo pelo Campeonato Pernambucano contra a Associação Atlética do Banco do Brasil (AABB). O jogo foi mais uma rodada do segundo turno do Campeonato, mas para Nick significou a possibilidade de mudar de vida. E o garoto se esforça para conseguir realizar o seu grande sonho: o de ser jogador de futebol profissional.

O sonho de Nick é compartilhado por várias outras crianças como ele. E foi justamente por esse motivo que o educador social de Rua, Gustavo Gadelha, que trabalha no Iasc há quase dez anos, teve a idéia e correu atrás para concretizar o projeto Bola pra Frente. Gustavo percebeu, nas constantes abordagens feitas com meninos que vivem ou trabalham nas ruas da Cidade, que grande parte queria mesmo era jogar bola. Foi então que surgiu o projeto, em meados de 2007. “Achei que era uma alternativa ao abrigo, tentar afastar os meninos dos riscos da rua através do esporte”, conta. Gustavo fez parceria com o Clube Náutico, onde acontecem os treinos duas vezes por semana.

As aulas são orientadas pelo treinador Rubens Neto, que também comanda times de base do Náutico. Foi ele que prestou atenção em Nick, logo quando o garoto passou a fazer parte do Bola pra Frente, no início de 2008. Luiz André é morador do Alto José do Pinho, Zona Norte da Cidade. Nick nunca foi morador de rua. Ele entrou no projeto graças ao tio que teve conhecimento da atividade e pediu para que o garoto ingressasse no programa. “Fomos até a casa dele para identificar a situação e ver se o perfil dele se enquadrava no projeto”, lembra Gustavo Gadelha.

O garoto vive em uma casa pequena com mais 14 pessoas, em uma localidade conhecida pela forte presença do tráfico de drogas. É o filho mais velho de quatro irmãos. Órfão de pai, Nick perdeu a mãe recentemente, assassinada há cerca de dois meses. Quem toma conta do garoto é a avó. “Ela me dá o que comer”, disse o garoto com lágrimas nos olhos.

Nick costumava jogar bola na Praça do Trabalho, depois da escola. A brincadeira ficou mais séria e hoje é encarada como um desafio pelo garoto. “Costumo utilizá-lo como ala, ele tem um passe bom, só não tem força física para finalização, talvez pela alimentação que tem”, avalia o treinador. “Mas as chances de que ele consiga progredir são grandes. Se ele continuar com a mesma dedicação, será um grande jogador”.

Nick treina duas vezes por semana pelo Bola pra Frente e mais duas vezes com a seleção sub-11. O garoto foi chamado para integrar a equipe no começo do ano, mas não conseguiu permanecer pelas constantes faltas. “Às vezes não tinha dinheiro para a passagem, às vezes não tinha ninguém para me trazer”, conta o menino. A segunda chance veio novamente pelo talento que Nick tem. Agora, o Iasc fornece o transporte do pequeno atleta e após uma conversa com os familiares, o menino não falta mais.

Bola Pra Frente – Projeto piloto realizado pela Prefeitura do Recife, por meio do Instituto de Assistência Social e Cidadania (Iasc), em parceria com o Clube Náutico Capibaribe. O Bola Pra Frente foi lançado em 27 de agosto de 2007, e oferece aulas de futebol de salão, todas as segundas e quartas-feiras, das 11h30 às 13h30 (na sede do clube), para 26 crianças e adolescentes assistidas pelo Iasc.

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