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Cultura

ORQUESTRA SINFÔNICA DO RECIFE CELEBRA 80 ANOS DE EXISTÊNCIA
00:00 Quarta-feira, 28 de Julho de 2010

Aniversário do corpo musical mantido pela Prefeitura do Recife será comemorado durante todo o semestre

Por Ana Quitéria

Trinta de Julho de 1930. Há 80 anos, no Teatro de Santa Isabel, a Orquestra Sinfônica do Recife fazia o seu primeiro concerto, regido pelo maestro Vicente Fittipaldi. E para comemorar a data, a Prefeitura do Recife vai dedicar seis meses de programação especial, cujo início é marcado por três apresentações nos dias 29, 30 e 31 de julho.

Para abrilhantar ainda mais as comemorações, a Prefeitura do Recife oferece um grande presente à população, que são as duas apresentações do pianista Nelson Freire, que será o solista dos dois primeiros concertos, que acontecem no Teatro de Santa Isabel. O concerto do dia 31 também traz um toque especial: será realizado na Igreja de Nossa Senhora da Conceição, no Morro da Conceição. Todas as apresentações têm entrada gratuita.

O repertório está à altura da importância da data e deve emocionar o público. Na apresentação do dia 29, que tem início às 20h, será executada a Série Brasileira, composição de Alberto Nepomuceno apresentada no concerto inaugural da Orquestra Sinfônica do Recife. A obra composta pelo maestro falecido em 1920 tem quatro movimentos: Alvorada na serra, Intermédio, Sesta na rede e Batuque. Na sequência, a OSR mostra o Concerto para Piano e orquestra nº 4 em sol maior, opus 58 de Beethoven, quando Nelson Freire fará o solo de piano.

No dia 30, data exata do aniversário da Orquestra, a noite começa às 20h, com a primeira audição mundial de Abertura Solene, obra composta por Clóvis Pereira especialmente em comemoração aos 80 anos da Orquestra Sinfônica do Recife. Em seguida, será executada a Série Brasileira de Nepomuceno e o Concerto para Piano e orquestra nº 4 em sol maior, opus 58 de Beethoven, também com solo de Nelson Freire.

O concerto na Igreja de Nossa Senhora da Conceição tem início às 16h30 e vai apresentar a Série Brasileira e a Abertura Solene, tendo como diferencial o encerramento: a Abertura Romeu e Julieta, de Tchaikovsky. Escrita em agosto de 1869, a obra é baseada em apenas três trechos centrais da peça de Shakespeare. O primeiro é Frei Lourenço, que faz referência aos pontos da igreja ortodoxa russa, sendo tocado pelas madeiras em sintonia com cordas, incluindo harpa.

O segundo é sobre a rivalidade entre os Capuleto e os Montechio, trazendo uma música agitada que remete aos confrontos entre os rivais de Verona. Começa com um forte ataque de trompas, seguido de um tutti forte. Já o Tema de Amor, melodia doce e envolvente, mas ainda com a imponência da rivalidade entre as famílias.

A OSR - Fundada pela Sociedade de Concertos Populares como Orquestra Sinfônica de Concertos Populares, passou a se chamar Orquestra Sinfônica do Recife em 1949, quando passou para a administração municipal. Desde o início, é reconhecida como uma das melhores e mais atuantes orquestras do Norte e Nordeste é, ainda, a mais antiga em atividade do Brasil.

Nomes como Heitor Villa-Lobos, Francisco Mignone, Marlos Nobre, Guerra Peixe, Isaac Karabtchevsky, entre outros, já regeram a OSR, que também já recebeu talentos renomados como José Siqueira, Artur Moreira Lima e Nelson Freire como solistas. Além de seu fundador, o maestro Vicente Fittipaldi (1930 a 1961), foram regentes da Orquestra Sinfônica do Recife os maestros Mário Câncio (1962 a 1974), Guedes Peixoto (1975 a 1984), Eleazar de Carvalho (1985 a 1988), o então spalla Eugene Egan até o fim de 1989, Arlindo Teixeira até 1991, Diogo Pacheco em 1992 e Carlos Veiga de 1993 a 2000.

Desde 2001, o maestro Osman Giuseppe Gioia atua como Diretor Artístico e detém o cargo de Regente Titular, e vem realizando uma série de atividades como os Concertos Oficiais, Concertos Comunitários, Concertos Didáticos, Concertos Multimídia e Concertos Populares ao ar livre. Todos eles com acesso gratuito, fazendo jus à premissa de democratização do acesso à cultura, desenvolvida em todas as ações da Prefeitura do Recife. O resultado é que a maioria das apresentações acontece com platéia lotada, provando que a música erudita está no inconsciente coletivo da população, podendo e devendo ser oferecida para todos.

Um dos objetivos atuais da Orquestra Sinfônica do Recife é se aproximar de movimentos artísticos locais e da juventude, incluindo em seu repertório composições de artistas e grupos populares como Chico Science, Beatles e Pink Floid. Um bom exemplo dos resultados alcançados com a fusão entre o erudito e o popular é o CD Sinvuca Sinfônico, resultado da parceria com o multinstrumentista, que ganhou o Prêmio Tim 2006, além do CD Tributo ao Trabalhador, do CD 100 anos do Frevo e do CD Pixinguinha Sinfônico Popular, todos eles aprovadíssimos pela crítica. O público também referenda as incursões da OSR pela música popular, como foi visto nos concertos realizados com Edu Lobo, Nelson Ayres, Grupo Pau Brasil, Mônica Salmaso, quando a audiência ovacionou a qualidade e a versatilidade do grupo, que conta ainda com um carisma e um carinho merecido por parte dos recifenses.

Desde 2007, a OSR incluiu a Série Concertos Noturnos em sua programação, numa substituição aos Concertos Oficiais. Nestes eventos, são executados programas de alto nível técnico e artístico envolvendo um solista ou um regente convidado, para um público já consolidado, frequentador habitual de concertos e formador de opinião. Montagens como as óperas La Bohéme e Carmen, a cantata profana Carmina Burana, a cortina lírica Cavalleria Rusticana e ainda outras grandes obras do repertório sinfônico nacional e internacional, vêm reafirmar a força de atuação desse patrimônio cultural vivo do povo do Recife. Também foi incluída na programação a Série Concertos ao Pôr do Sol – com um programa mais compacto e informal, valorizando principalmente artistas locais e visando oferecer novas opções de lazer cultural em horário alternativo, às 18h30, aproveitando o fluxo de trabalhadores e estudantes no centro da cidade.

O Solista - Nelson Freire começou a tocar piano quando tinha três anos, surpreendendo a todos ao tocar de memórias peças que haviam sido executadas pela sua irmã. Seus principais professores no Brasil foram Nise Obino e Lúcia Branco, que havia estudado com um aluno de Franz Liszt. Em seu primeiro recital, aos 8 anos de idade, Nelson escolheu a Sonata em La maior, K. 331 de Mozart.

Em 1957, aos 12 anos de idade, foi o sétimo colocado no Concurso Internacional de Piano do Rio de Janeiro, cujo vencedor foi o austríaco Alexander Jenner, e na prova final executou o Concerto para piano No 5 Imperador, de Beethoven. O júri do Concurso era composto por Marguerite Long, Guiomar Novais e Lili Kraus. Ganhou do então Presidente do Brasil, Juscelino Kubitschek, uma bolsa de estudos para ir a Viena aprender com Bruno Sidelhofer, que também ensinou Friedrich Gulda.

Em 1964, conquistou o primeiro lugar no Concurso Internacional de Piano Vianna da Motta em Lisboa e em Londres recebeu as medalhas de ouro Dinu Lipatti e Harriet Cohen. Embarcou em sua carreira internacional em 1959, dando recitais e concertos nas maiores cidades da Europa, Estados Unidos, América Central e do América do Sul, Japão e Israel. Trabalhou também com Pierre Boulez, Eugen Jochum, Lorin Maazel, Charles Dutoit, Kurt Masur, André Previn, David Zinman, Vaclav Neumann, Valery Gergiev, Rudolf Kempe (com quem realizou diversas turnês para os Estados Unidos e Alemanha com a Royal Philharmonic Orchestra), Gennady Rozhdestvensky, Hans Graf, Hugh Wolff, Roberto Carnevale, John Nelson e Seiji Ozawa.

Apresentou-se como convidado de orquestras de prestígio como: Berliner Philharmoniker, Münchner Philharmoniker, Bayerische Rundfunk Orchester, Royal Concertgebouw Orchester, Rotterdam Philharmonic Orchestra, Tonhalle Orchester Zurich, Wiener Symphoniker, Czech Philharmonic, Orchestre de la Suisse Romande, London Symphony Orchestra, Royal Philharmonic Orchestra, Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, Israel Philharmonic, Orchestre de Paris, Orchestre National de France, Philharmonique de Radio France, Orchestre de Monte Carlo e outras orquestras de Baltimore, Boston, Chicago, Cleveland, Los Angeles, Montreal, Nova York e Filadélfia.

Em Varsóvia (1999), Nelson Freire realizou um triunfo genuíno com sua interpretação do Concerto para Piano e Orquestra n. 2 de Chopin, marcando os 150 anos de aniversário da morte do compositor. Em dezembro de 2001, presidiu o júri do Concurso de Piano Marguerite Long em Paris. Realizou performances no Carnegie Hall em Nova York acompanhado da Orquestra Filarmônica de Saint Petersburg, no Festival Internacional de Música Prague Spring com a Orchestre National de France e com as principais orquestras de Baltimore, Boston, Montreal, Nova York e Utah. Também tem se apresentado com a English Chamber Orchestra (na França e Portugal), Orchestre de la Radio Suisse Italienne e realizado recitais em Bruxelas, Paris, Roma, Munique, Lisboa, Luxemburgo e Zurique. Em 2002/2003 Nelson Freite realizou duas turnês de concertos sob direção de Riccardo Chailly, com a Royal Concertgebouw Orchestra de Amsterdã e Orchestra Sinfonica di Milano Giuseppe Verdi. Ele também se apresentou com a Tonhalle Orchester Zurich e a Orquestra Sinfônica NHK de Tóquio.

Nelson Freire gravou para a Sony/CBS, Teldec, Philips e Deutsche Grammophon. Recentemente gravou os concertos para piano e orquestra de Liszt com a Dresden Philharmonic sob regência de Michel Plasson para a Berlin Classics. Sua gravação dos 24 Prelúdios de Chopin recebeu o Edison Award.

Tem contrato de exclusividade assinado com a Decca e o primeiro CD produzido foi dedicado às obras de Chopin, que ganhou aclamação unânime da crítica musical internacional. A gravação recebeu o Diapason d’Or e um prêmio “Choc” do Monde de la Musique. Também ficou como 10º. No ranking da revista Répertoire e foi recomendado pela revista Classica. Foi considerado pela Revista Época um dos 100 brasileiros mais influentes do ano de 2009.No Ano Chopin 2010, Nelson Freire abriu o concerto de inauguração na Sala São Paulo.

PROGRAMAÇÃO

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