Cerca de 20 servidores do Instituto de Assistência Social e Cidadania (Iasc), participaram, na manhã desta quarta-feira (15), no auditório do 1º andar da sede da autarquia, na rua Imperial, bairro de São José, de uma discussão sobre etnia. A atividade faz parte do Ciclo de Palestras promovido pelo Iasc, por intermédio da Gerência de Gestão de Pessoas e Gerência Operacional de Formação e Qualificação da Secretaria de Assistência Social da Prefeitura do Recife, que começou na última segunda-feira (13).

Com objetivo de qualificar os serviços sócio-assistenciais junto aos trabalhadores, de forma sistemática, continuada, sustentável e participativa, os temas abordados foram escolhidos de acordo com o resultado de uma pesquisa realizada entre os funcionários. “Questões como preconceito e rejeição foram muito abordados. Tanto com relação à forma de como trabalhar com as formas de acolhimento dos adolescentes com quem tem padrões diferentes dos ditados pela sociedade, quanto com ele mesmo. Afinal, os profissionais também são seres humanos que vivem na sociedade preconceituosa”, disse a gerente das casas de acolhidas de crianças e adolescentes do Iasc, e organizadora do ciclo, Jailda de Castro.

Para debater a etnia, foi convidado o advogado especialista em Direitos Humanos e vice-coordenador do Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (COMDICA), João Cândido, que buscou na história do país a explicação para a atual sociedade. “O Brasil é formado por três séculos de sistema de escravidão, entre os anos de 1508, quando chegou a primeira leva de escravos e o de 1888, o da assinatura da Lei Áurea, e apenas um sem ele. Então é impossível não ter marcas desse período”, explica Cândido. Os participantes aprovam a iniciativa. “Acho fundamental o ciclo acontecer com freqüência, afinal, só acredito nesse tipo de formação, com reciclagem e aperfeiçoamento constantes”, opina a pedagoga do Iasc, Christiana Albuquerque.