A Prefeitura do Recife, por meio da Diretora de Preservação Patrimonial da Secretaria de Cultura, iniciou, nesta sexta-feira (17), no Sítio Trindade, em Casa Amarela, o Projeto Conhecendo o Arraial Velho do Bom Jesus. A ação visa ampliar o conhecimento de alunos e professores da rede municipal e a comunidade em geral sobre o valor histórico e cultural do lugar, que passa por uma prospecção arqueológica para resgatar as ruínas da antiga fortificação do Arraial Velho do Bom Jesus. O forte, segundo dados históricos, foi símbolo da resistência dos luso-brasileiros ao ataque holandês no século XVII. Nesse primeiro momento, 15 professores participaram do encontro com o objetivo de transformá-los em multiplicadores das informações nas suas escolas.

Na abertura, os participantes ouviram uma dupla de cantadores de viola, que por meio dos versos musicais relataram algumas passagens da história, entre elas, a construção do forte no espaço e posterior destruição com a invasão dos holandeses. De acordo com a gerente de Educação Patrimonial, Lorena Veloso, a intenção é iniciar as visitações das escolas já na próxima semana. “Através dos professores vamos mobilizar os alunos e estimular a educação patrimonial”, afirmou. O chefe das escavações do Sítio Arqueológico, professor Marcos Albuquerque, esclareceu aos docentes alguns detalhes do trabalho realizado a exemplo da única construção que restou da fortificação, um fosso que dificultava a aproximação do inimigo.

“Nossa ação visa fazer com que as pessoas entendam a importância do patrimônio histórico, criando uma consciência de preservação do legado deixado pelas gerações passadas”, afirmou o arqueólogo. Para a professora da escola municipal Karla Patrícia, em Boa Viagem (RPA 6), Marília Carvalho, a idéia do Projeto Conhecendo o Arraial Velho do Bom Jesus é uma interessante oportunidade de trabalho com as crianças no sentido de resgatar as tradições. “É preciso desenvolver nos estudantes essa cultura de conhecer o passado para que assim eles possam preservar nosso patrimônio e nossas raízes”, destacou a educadora. Após as primeiras explicações, os professores visitaram o local das escavações a também o laboratório móvel arqueológico, onde tiveram a oportunidade de ver peças já encontradas pelos trabalhos como, projéteis de balas de canhão, porcelana e cachimbos.

Num segundo momento, no Sítio Trindade, os estudantes participarão de quatro atividades: assistirão a apresentações de literatura de cordel e história cantada, em que toda a história da área será contada de forma lúdica; conhecerão as escavações, quando os arqueólogos responsáveis explicarão todo o processo de prospecção; conhecerão o laboratório móvel arqueológico e assistirão apresentação em powerpoint do histórico do Arraial Velho de Bom Jesus.

O replantio de algumas espécies arbóreas retiradas na área onde acontece a intervenção, fato que contou com a autorização do Conselho do Meio Ambiente do Recife – COMAM, é a terceira etapa. A Empresa de Limpeza e Manutenção Urbana – Emlurb ficou responsável pela limpeza do local retirando as plantas rasteiras e de pequeno porte localizadas no terreno escavado, para em seguida, dar início ao corte das grandes árvores. Caberá ao Laboratório de Arqueologia a retirada das raízes das árvores, para evitar maiores danos às paredes do fosso.

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