Em solenidade realizada na tarde desta sexta-feira (05), na Faculdade Frassinetti do Recife (Fafire), cerca de 60 lideranças femininas receberam o diploma “Mulheres que Mudaram a História de Pernambuco”, como reconhecimento ao papel de destaque que desempenham na sociedade. Entre elas, a primeira-dama do Recife, Marília Bezerra; as secretárias municipais Amparo Araújo (Direitos Humanos e Segurança Cidadã) e Rejane Pereira (Especial da Mulher); e a presidente da Fundação de Cultura Cidade do Recife (FCCR), Luciana Félix.
 
A solenidade faz parte das comemorações do Dia Internacional da Mulher (08 de março) e é promovida por entidades como a União Brasileira de Escritores (UBE), Rede de Mulheres Rurais da América Latina e do Caribe, Fórum de Mulheres Advogadas dos Mercosul, Gabinete Português de Leitura e Confederação nacional da Indústria (CNI), em parceria com a Prefeitura do Recife. Na ocasião, também foi lançada a 6ª edição do livro “Mulheres que Mudaram a História de Pernambuco”, do jornalista Carlos Cavalcante, presidente da Câmara Brasileira de Desenvolvimento Cultural. A publicação traz uma breve trajetória de cada uma das 60 homenageadas.
 
Para a primeira-dama do Recife, Marília Bezerra, o evento reafirma a capacidade de superação e de luta inerentes à alma feminina. “Eu me sinto honrada com esta homenagem por estar, neste momento, representando tantas outras mulheres que não estão aqui, mas que têm um papel muito importante para toda a sociedade. Pois somos todas nós, mulheres, que fazemos parte deste mesmo cordão, que cresce e se fortalece a cada dia, por estarmos sempre na luta, levantando as bandeiras, pra conseguirmos, hoje em dia, um espaço consolidado, ocupando funções de destaque”, afirmou.
 
Lembrada como fundadora e presidente do Movimento Tortura Nunca Mais, a secretária de Direitos Humanos e Segurança Cidadã, Amparo Araújo, acredita que esse reconhecimento estimula ainda mais o engajamento inerentes à sua atuação política. “Eu comecei a minha luta em defesa dos direitos, da liberdade e da dignidade humana pouco antes dos 14 anos de idade, quando eu era do movimento estudantil secundarista, e, daí pra frente, não parei mais. E não me arrependo de nada do que fiz até hoje, pois acredito que esse seja um caminhar contínuo”, declarou.
 
Também oriunda dos movimentos sociais, a secretária Especial da Mulher do Recife, Rejane Pereira, acredita que o evento só vem a contribuir para o papel das lideranças femininas no Estado. “Eu acho que tudo o que vem para fortalecer e reconhecer o trabalho das mulheres é válido. E isso demonstra que nós podemos construir, juntas, uma sociedade melhor para todas nós”, afirmou. “É muito especial para nós ter esse espaço de reconhecimento do trabalho que vem sendo desenvolvido, e que também integra a questão feminina, a partir dos nossos cursos de formação e dos nossos ciclos culturais”, também agradeceu a presidente da FCCR, Luciana Félix.
 
Marília Bezerra – Formada em Matemática na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), e cursando Direito na Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), Marília Bezerra é, atualmente, uma das personalidades pernambucanas mais engajadas nas causas sociais. Desde cedo, gostava de acompanhar a irmã Clara nas reuniões do Partido dos Trabalhadores (PT), e, fascinada pela luta da legenda e pelos movimentos populares, entrou para a militância em 1986. Com a eleição do prefeito João da Costa, assumiu o posto de primeira-dama da Cidade do Recife, dedicando-se a causas sociais, especialmente na coordenação geral do Baile Municipal, cuja renda é toda revertida para os trabalhos assistenciais desenvolvidos pela PCR. No primeiro ano à frente do evento, arrecadou cerca de R$ 500 mil, que foram responsáveis pela compra da sede da instituição O Recomeço, casa de abrigo que atende mulheres em situação de risco. Em 2010, a renda foi destinada ao Hospital Infantil Maria Lucinda e à Casa da Estância. Tem vários projetos para as comunidades carentes do Recife e pretende, dentro das condições da PCR, colocá-los em prática durante este ano.
 
Amparo Araújo – Nascida em Palmeira dos Índios (AL), a atual secretária de Direitos Humanos e Segurança Cidadã do Recife, Amparo Araújo, tem uma trajetória de vida que se confunde com seus ideais de luta e militância política em defesa dos direitos e da dignidade humana. Aos 17 anos de idade, em São Paulo (SP), ingressou, junto com o irmão Luís, na Ação Libertadora Nacional (ALN), organização liderada pelo Partido Comunista do Brasil, que atuou fortemente durante o regime de ditadura militar no País. Durante os anos de chumbo, Amparo foi uma das mais combativas militantes de esquerda. Em 1986, após a redemocratização do País, se juntou a mais quatro ex-militantes, fundando o Grupo Tortura Nunca Mais de Pernambuco. Movimento contra a prática de tortura durante a ditadura militar e pela anistia aos presos políticos. Atualmente, a instituição vem realizando ações de prevenção à violência nas escolas, e combate a violência doméstica, atuando também na profissionalização de jovens e na capacitação de policiais na defesa dos Direitos Humanos, entre outras diversas políticas culturais e educativas. No fim de 2007, Amparo se tornou ouvidora da Secretaria de Defesa Social do Estado de Pernambuco (SDS-PE) e, em janeiro de 2009, assumiu a Secretaria de Direitos Humanos e Segurança Cidadã do Recife, no primeiro ano de gestão do prefeito João da Costa.

Rejane Pereira – A sua militância começou desde cedo e passou por vários movimentos sociais, até se consolidar no movimento das mulheres. Foi por quatro anos de mandato uma das coordenadoras do Fórum de Mulheres de Pernambuco. Durante esse período, participou do Comitê Político de Articulação das Mulheres Brasileiras. É uma das fundadoras do Grupo de Mulheres Cidadania Feminina,  ONG que atua com mulheres, no enfrentamento à violência e o reconhecimento da identidade racial. Na sua trajetória como militante feminista, deu várias oficinas para mulheres em seus bairros, sindicatos e em outros movimentos, além de escrever diversos artigos e participar de várias publicações. Hoje, faz parte da Articulação Negra de Pernambuco e é a titular da Secretaria Especial da Mulher da Prefeitura do Recife.

Luciana Félix - Formada em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), foi durante o período universitário que Luciana Félix se interessou pelos movimentos sindicais e sociais. Apaixonada pelos debates que alinhavavam as questões trabalhistas e a conjuntura social, política e cultural do Brasil, em 1998, Luciana se filiou ao Partido dos Trabalhadores (PT), atuando como militante. Atualmente, está à frente da Fundação de Cultura Cidade do Recife (FCCR), cuja Presidência assumiu em janeiro de 2009, no início do mandato do prefeito João da Costa (PT). E é neste cargo que ela tem o trabalho de conceber e concretizar políticas públicas para uma cidade plural e multicultural ao lado do secretário de Cultura, Renato L., em convergência com as diretrizes de descentralização, participação popular e democratização do acesso, marcas do governo João da Costa. E prestigia os eventos desenvolvidos pelas diretorias e gerências da Secretaria de Cultura e da Fundação de Cultura. Sua gestão na FCCR tem se caracterizado pela transparência, pelo diálogo irrestrito com todos os segmentos artísticos e pela consonância com o lema que norteia a Prefeitura do Recife: “Nossa cidade é a gente quem faz”.

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