No dia 13 de maio de 1960, durante a gestão do prefeito Miguel Arraes, era criado no Recife o Movimento de Cultura Popular (MCP), entidade sem fins lucrativos que tinha como meta oferecer à população o acesso amplo e democrático à leitura, cultura e alfabetização. Para comemorar os cinquenta anos do movimento, a Prefeitura do Recife está provendo nesta quinta-feira (13), no Sítio Trindade, diversas atividades envolvendo alunos da rede, lideranças populares e pessoas que fundaram ou de alguma forma contribuíram para a consolidação de seus ideais.

Com programação oficial marcada para o período da noite, as comemorações, durante a manhã e tarde, envolveram cerca de 300 alunos de escolas municipais, que participaram de oficinas temáticas e apresentações culturais nas áreas de teatro, radiodifusão, música, artes plásticas e literatura popular.

Um dos pontos altos foi a encenação da peça infantil “A volta do Camaleão Alface”, de Maria Clara Machado, com o grupo de teatro da Gerência de Animação Cultural da Secretaria de Educação, Esporte e Lazer. O espetáculo foi uma das primeiras montagens levadas pelo MCP para as chamadas “Praças de Cultura”.

A programação incluiu ainda a exibição do jogral “Recife te quer”, com leitura dramática de fragmentos das peças “Poetas do Recife” e “Recife Cidade Educadora”, além da instalação de uma rádio comunitária escolar, que funciona há cerca de um ano na Escola Paulo VI (na Linha do Tiro), dentro das ações do programa Mais Educação. 

Aluna da Paulo VI, Vitória Botelho, de 11 anos, gostou muito da programação. “Todas as oficinas estão legais, mas o bom mesmo está sendo conhecer mais sobre o MCP e colocar a programação da nossa rádio à disposição dos colegas de outras escolas”, explicou, com convicção. Já Marco Aurélio de Melo, de 13 anos, da Escola Aderbal Galvão, do Vasco da Gama, gostou mesmo das aventuras na floresta contadas durante “A volta do Cameleão Alface”.

Segundo ele, comemorar os 50 anos do MCP no Sítio Trindade foi muito divertido. “Estou aprendendo agora sobre a importância do MCP, mas se for para passar mais uma tarde como esta, sou a favor de que tudo volte novamente”, disse, sorrindo. A dona de casa Marília Almeida, de 35 anos, que costuma ir ao local para fazer caminhada, também aprovou as homenagens. “Acho importante resgatar uma parte da nossa história que foi sufocada pelos militares. As novas gerações têm muito o que aprender com os exemplos deixados pelo MCP” frisou.

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