Malvados Azuis e Rogerman abrem a programação com um som que não deixou ninguém parado

Por Leonardo Vila Nova

Fim de tarde de domingo (26). Eis que chega ao fim a jornada de shows do Ciclo Natalino na Rua da Moeda. Nestes últimos dias, a programação promovida pela Prefeitura do Recife no polo preferido dos alternativos da cidade primou pelo ecletismo, trazendo ao palco atrações dos mais variados estilos. Acertou em cheio na diversidade cultural, principal proposta da gestão nos seus principais eventos. E no Natal não poderia ser diferente.

Abrindo este último dia de shows na Moeda, a banda Malvados Azuis levantou o público com seu som que vai além dos clichês do rock’n’roll e se permite ousar combinações improváveis, passeando pelo funk, blues e samba, com uma instigação sem igual, personificada na figura do vocalista Júlio Castilho. Seja tropicalismo, psicodelia ou linguagem contemporânea. Todos esses “conceitos” se aplicam perfeitamente ao excelente som da banda, que começou em 2005, e se apresentou com sua novíssima formação neste show, onde, além das guitarras, baixo e bateria, surgem percussão e safoxone que dão um molho especial ao som.

“A gente procurou atender a um apelo popular, que tem se interessado mais por um som que prima pelo pulso, pela batida. Por isso, temos saído um pouco de uma postura estática, mostrando músicas com mais ritmo, pra tirar o pessoal do marasmo”, explicou Júlio. O repertório da Malvados Azuis apresentou um pouco dos dois EPs produzidos pela banda e do trabalho solo de Júlio, sob o nome de Feiticeiro Julião. Além disso, músicas que já vão compor o novo disco da banda, previsto para sair no 1º semestre de 2011.

Na sequência, um velho conhecido do público recifense (e olindense). O músico Rogerman subiu ao palco para apresentar o repertório do seu primeiro trabalho solo, Pompéia – Volume 1, que ele define como um álbum de “caráter noturno e com suingue gostoso, pra fazer dançar”. E foi o que se viu em sua apresentação. Músicas com batidas dançantes, que refletem influências do soul, do rap (Rogerman cita como influências OutKast, Jay-Z e Farewell) e do pop. Tudo isso, trabalhado por uma excelente banda, que dá um tempero especial à sua música.

Segundo Rogerman, a evolução pela qual passou o seu som se deve à chegada de um grupo de músicos que se adequou perfeitamente à proposta. Amigos e velhos conhecidos de Roger fazem parte da banda, que foi se configurando gradativamente. “Quando eu lancei este trabalho, há um ano, já imaginava que estava tudo resolvido. Mas, ao longo do tempo, ele foi passando por um processo de depuração muito forte e eu fui percebendo que agora temos um time que se encaixa como uma luva com essa música, com formato leve, mas que tem uma pegada, um punch”, afirma Rogerman, que fecha com chave de ouro o ano de 2010 e já adianta pra 2011 o seu segundo solo e vários novos projetos.

As atrações agradaram em cheio ao público, seja de qual idade for, reafirmando o caráter democrático da festa. A advogada Fernanda Costa estava na Rua da Moeda, se divertindo ao som das bandas, e com a filha Maria, de 4 anos, que não parava de dançar um minuto sequer. Cada passo registrado pela câmera fotográfica da mãe. “Eu estou adorando a programação. Passei aqui por acaso, vendo as decorações e a iluminação natalina. Resolvi dar uma passadinha por aqui e vejo que os shows estão, sem dúvida, excelentes”, declarou. Mas isso ainda era só o começo.

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