Até Papai Noel saiu para dançar o coco
 
Por Marcos da Silva
 
Tão bom quanto reunir os amigos e familiares para degustar um apetitoso prato em nossa casa. Assim foi o Natal da Solidariedade do Sítio Trindade deste sábado (25), que usou uma pitada de cada ingrediente para não desandar a receita: mamulengo, teatro, samba, coco, reggae, blues.

Tudo começou às 16h com um teatro de bonecos da Cia Máscaras de Teatro, representando um texto de Maria Clara Machado, no espetáculo O Boi e o Burro a Caminho de Belém.

Em seguida, jovens atendidos pelo Centro de Reabilitação e Valorização da Criança (Cevac), do Morro da Conceição, subiram ao palco para tocar e cantar sucessos conhecidos do público. Era a banda Força Especial que há 16 anos serve como atividade de reabilitação dos pacientes especiais. “A reabilitação e a música são os pilares de nossa instituição. O trabalho começou em 1994, sem a proposta de banda, mas com o tempo, a banda se formou”, explicou o músico e coordenador do grupo, Manoel Santana. Esta é a 2ª vez que a Força Especial se apresenta no Natal do Sítio.

A Essência do Natal foi o espetáculo que a União de Jovens Amigos de São Francisco (Unijasf), das comunidades da Guabiraba e do Reservatório, apresentou ao público.

Madá e o Samba foi a 4ª atração do dia. Com uma voz forte e afinada, a cantora mesclou clássicos da MPB com músicas de seu disco de estreia, Autoestima, lançado em 2009.

Pandeiro de Mestre mostrou um repertório de cocos, ora autorais ora resgatados de etnias indígenas. Descendente de Xucurus, o vocalista Nilton Júnior busca nas amizades que tem com outras tribos, inclusive Tacararus, a inspiração para criar e manter vivo o ritmo. “O  coco que toco e canto tem mais influência indígena do que africana”, revela. Coco de Toré foi o primeiro CD do grupo, que está divulgando nos shows, as 60 músicas que tem para testar aquelas que mais agradam ao público e que farão parte do próximo CD a ser gravado em 2011. “É difícil escolher o filho mais bonito da gente”, explica Nilton Júnior.
 
Mas foi o tradicional Coco Raízes de Arcoverde que levantou das cadeiras crianças, jovens e adultos, colocando todos para dançar o coco, ritmado pelos tamancos e harmonia dos componentes. São 11 anos de estrada, um DVD Documentários e dois CD’s gravados, Coco Raízes de Arcoverde e Godê Pavão. Até Papai Noel saiu de sua casinha, onde recebe crianças e adultos para fotos e abraços. Na companhia de Mamãe Noel e uma duende, o bom velhinho rendeu-se ao ritmo.
 
Penúltima atração do dia, Dom Tronxo, 36 anos de carreira e 11 discos gravados, veterano em festivais como o Frevança, Canta Nordeste e a 1ª Cantoria de Música Nordestina, tocou frevo e MPB, compostos por ele em parceria com Alceu Valença, Dominguinhos e Rubem Valença. O ponto forte de sua apresentação foi a talentosa cantora Andréia Santos, que cantou algumas músicas em uma pequena, porém, inesquecível participação especial.
 
Pela 1ª vez no Natal do Sítio Trindade, o cantor e compositor, Ívano, encerrou a noite com um repertório que chama de música negra, composto por reggae, blues, soul e maracatus. Presença garantida nos festivais Frevança e Canta Nordeste, Ívano tem 30 anos de carreira.
 
Decoração - Parte dos arranjos e da decoração natalina do Sítio Trindade foram criados pelos alunos das oficinas de biscuit e de adereços natalinos. Segundo a diretora do local, Patrícia Reis, os arranjos da frente do casarão, dos postes e dois presépios foram compostos pelos estudantes, que após 20 dias de aulas tiveram uma semana para concluir o trabalho. Foram utilizados CD’s para as bolas, garrafas PET’s para as flores, emborrachados, massa de modelar e jornais reciclados. “A Prefeitura e a Fundação têm oferecido cursos dentro do ciclo natalino e os alunos puderam vender seus produtos na feirinha do Sítio. Eles aprenderam e geraram renda. A interação entre adolescentes e idosos formam esse contexto lindo”, finalizou Patrícia.

Confira a programação do Sítio Trindade neste domingo:
                                                                   
Serviço:

Sítio da Trindade
Domingo, 26
16h – Pingos de Chuva
17h – Resultado da Oficina de Teatro   
18h – Pastoril Campinas Alegres
19h – Maracatu Várzea do Capibaribe
20h – Gerlane Lops

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