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Cultura

JULIAN FUKS EXPRESSA SUA INQUIETAÇÃO COM A LITERATURA CONTEMPORÂNEA
00:00 Quinta-feira, 25 de Agosto de 2011

Entre relatos sobre sua produção, o autor se mostrou preocupado com o mercado de romances
 
Considerado um nome promissor da literatura atual, Julian Fuks foi o convidado, da última quarta-feira (24), do painel “Literatura e Memória”, realizado pelo 9º Festival Recifense de Literatura, no auditório da Livraria Cultura. O jovem escritor revelou quais os caminhos que o levam a pensar a linguagem literária.
 
Com apenas dois livros no currículo, o Fuks se tornou nome de destaque por subverter a lógica natural das biografias com seu segundo livro - “Histórias de Literatura e Cegueira”. Lançado em 2007, a publicação chegou a ser finalista dos prêmios Jabuti e Portugal Telecom. E essa sua produção foi o ponto de partida da conversa mediada pelo jornalista Paulo Carvalho, que instigou o autor a contar como chegou a idéia do livro no debate intitulado “As memórias que não vivi”.
 
Estudante de jornalismo, Julian pensou em escrever a biografia da escritora Lygia Fagundes Telles como projeto de conclusão de curso. Inicialmente, Lygia aceitou, mas ao perceber que aquilo não seria apenas um trabalho de faculdade e algo que poderia resultar num livro, a escritora recuou. Foi aí que Fuks pensou em narrar a influência da cegueira na vida de três grandes nomes da literatura – Jorge Luís Borges, João Cabral de Melo Neto e James Joyce.
 
Entre a leitura de trechos da obra, o escritor explicou sobre seu processo de criação. “A cegueira foi o pretexto, a porta de entrada para esses autores. Não tenho nenhuma relação pessoal com o tema”. Pensando em como sair do clichê das biografias tradicionais e aproveitar a ideia que “memória é invenção”, Fuks optou por um projeto ousado: recriar as memórias dos autores sobre seus momentos de cegueira e a produção literária do período. Considerando o desafio de lidar com as linguagens peculiares de cada autor, Paulo Carvalho questionou sobre a relação Fuks com os “biografados”. Fuks explicou que fez o processo inverso da maioria dos novos escritores que temem reproduzir os autores favoritos. “Meu processo de imersão foi um autor por vez. Li muito cada um para depois escrever, pois tinha que ter a linguagem semelhante”.
 
LITERATURA – Envolvido na produção do seu novo livro, Fuks leu trecho inédito da obra que narra a história de um escritor que tenta escrever um livro. É que Fuks tem uma obsessão pela metalinguagem, pelo rigor na busca das palavras certas. Ele não está interessado simplesmente em contar histórias, a não ser que a história seja sobre “como escrever”. Este seu pensamento foi expresso de maneira contudente durante o debate com a plateia.
 
Meu objetivo agora é descobrir o que significa a literatura na condição do pós-moderno, já que não cabe mais a busca pelo novo”, afirmou. O escritor ainda revelou sua insatisfação com o mercado literário atual. “A literatura está se voltando para o real. O que a gente tá vendo hoje é a venda de argumentos, um festival de livros com a mesma forma e poucas nuances que o diferem”, disse. A conversa renderia muito, mas o que resta é esperar o que Julian Fuks tem a dizer no seu próximo livro.

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