Com intuito de reduzir problemas de acompanhamento letivo ou até evasão escolar ocasionados por problemas de visão ignorados, o Programa Saúde na Escola realiza mutirões nas escolas municipais em que alunos são submetidos a uma bateria de exames oftalmológicos. O projeto, uma parceria das secretarias municipais de Saúde e Educação, Esporte e Lazer com a Fundação Altino Ventura – FAV, promove nesta segunda-feira (24), mais um dia de atendimentos na Escola Municipal José da Costa Porto, na Ilha Joana Bezerra.

A cada mutirão, oferecido semanalmente pela gerência de ações complementares, recebe cerca de 250 estudantes da rede municipal, entre seis e 16 anos, anteriormente submetidos a triagem elementar por professores treinados. No atendimento são diagnosticados problemas como miopia, astigmatismo, hipermetropia, entre outros. Em caso de prescrição do uso de lentes, lá mesmo os pequenos escolhem suas armações e em poucos dias já estão com óculos na mão.

“Além de favorecer o acesso para um público que em geral não recorre a tratamentos oftalmológicos de profilaxia, o programa permite também desafogar o sistema da própria fundação, descentralizando nosso atendimento. Se uma criança fosse até a fundação provavelmente levaria de 3 a 4 meses para ser atendida. Aqui ela já sai com os óculos na mão”, conta Dra. Alexandra Carneiro.

As salas de aula dão lugar a equipamentos completos e computadorizados para a realização das avaliações, entre pesquisas de motilidade (desvio ou estrabismo), autorefrator (mensura de graus de miopia, hipermetropia e astigmatismo) e tonometria (pressão intraocular e risco de glaucoma). No caso de identificação de problemas mais graves, como pressão ocular e estrabismo, o paciente será encaminhado para tratamento específico na sede da Fundação, na Boa Vista.

Quase noventa professores da rede foram treinados pela FAV para identificar e fazer a triagem dos alunos com potencial para problemas de vista e receberam materiais de auxílio como às tabelas com letrinhas para medir a acuidade ótica. A previsão da PCR é realizar, até o final do ano, 27.585 triagens e 8.275 exames oftalmológicos envolvendo alunos de 72 escolas municipais. A estimativa é que no mesmo período sejam distribuídos cerca de 500 óculos de grau entre as crianças e jovens participantes. O próximo mutirão acontece no dia 31 de maio.

Isabel Fernanda, de 9 anos, aguarda ansiosa o momento de terminar os exames e poder escolher seus novos óculos. Paciente do programa desde 2009, antigamente sentia dores de cabeça, dificuldade de leitura. “Agora é muito melhor pra fazer as tarefas e entender o que a professora escreve no quadro”, comenta a menina. Graças ao uso das lentes a melhora de seu rendimento foi testemunhada pela professora da turma 2.1.A Roseane Grize: “ela realmente melhorou muito em relação à dispersão, ela não se envolvia no que era proposto por que não conseguia entender”, avalia a docente.

O mutirão, dividido em dois turnos, (8h às 11h30 e das 13h às 16h30), recebe alunos da própria Costa Porto e de mais três escolas localizadas na região central da Cidade - RPA1 (Municipal do Coque, Novo Mangue e Almirante Soares Dutra). A iniciativa semanal, sempre às segundas-feiras, passa por numa escola-polo diferente, atendendo a 250 alunos das unidades de ensino da região entre as RPAs 1, 2 e 3.

Saiba mais - O Programa Saúde na Escola significa uma retomada, no Recife, das ações do Projeto Escola, que foi criado em 2005 e envolvia apenas a Secretaria de Educação e a Fundação Altino Ventura, realizando um mutirão a cada mês. Entre 2005 e 2009, passaram pela triagem um total de 32.686 estudantes, com a realização de 3.790 exames e fornecimento de 517 óculos. O programa foi expandido. Na edição anterior, eram atendidos apenas 100 alunos por mês e agora serão 250 por semana.

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