Com seu recém-lançado disco RGB, o cantor atacou com um show competente na Tomazina

Por Leonardo Vila Nova

O que se esperar de um cantor que, além de uma voz inconfundível, consegue passear pelo rock, break beat, hip hop, house, com a malemolência e irreverência de um típico malandro brasileiro? Com certeza, um excelente show. Foi o que mostrou Jr. Black, em sua apresentação na terceira noite do Arraial Tomazina, nesta sexta-feira (25).

O suingue, inteligência e irreverência de são marcas registradas de Black, que fez show baseado no seu primeiro disco solo, intitulado RGB, lançado em março deste ano. Com a experiência de quem já passou por diversos projetos dos mais variados estilos, ele não esconde a emoção de apresentar o seu trabalho autoral. Este show de hoje é o primeiro desde o lançamento de RGB. E aqui nós vamos, realmente, perceber como as músicas irão funcionar, com a galera já conhecendo e cantando junto, assim como ir azeitando-as no show, com os músicos em palco, explica.

Além das canções do disco, Black mostrou duas inéditas: Coquito, uma verdadeira Babel musical, cantada em inglês, espanhol e português, que versa sobre a quebra de padrões comportamentais; e Ele Ela, uma música que fala, simplesmente, de um homem e uma mulher, a partir de uma observação comportamental e quase etnográfica, fazendo uma ponte com a música New Pollution, do norte-americano Beck.

Tudo isso faz parte da versatilidade de um músico inquieto e agregador de gostos e estilos, que se utiliza das linguagens da música, do discurso e da interpretação como sua principal arma musical. Pra mim, todas as linguagens são difusas e eu as utilizo como uma expressão do que eu sou e do que eu observo. Posso estar fazendo o que faço hoje, mas posso querer fazer outras coisas no futuro. Isso é uma característica minha, se autodefine Jr. Black, confirmando em palco toda essa profusão de significados que assume em seu trabalho.

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