Serão beneficiados oito ex-internos do Instituto de Psiquiatria do Recife

Por Tádzio Estevam

A Prefeitura do Recife inaugurou, no início de novembro, mais uma residência terapêutica, a 13ª da capital pernambucana. A unidade fica no bairro da Mustardinha (Distrito Sanitário V) e vai abrigar oito pacientes advindos do Instituto de Psiquiatria do Recife (IPR), na Boa Vista, mais conhecida como a Casa Rosa da Boa Vista.

“Os integrantes do grupo passaram cerca de dez anos internados em instituições psiquiátricas. Eles serão inseridos na rede municipal de saúde e receberão assistência pelo Centro de Atenção Psicossocial e pelo PSF do território”, explicou a gerente de Atenção à Saúde Mental do Recife, Alyne Lima.

Segundo a gestora, foi elaborado um projeto terapêutico individualizado. A iniciativa buscará a ampliação dos espaços de troca e a busca pela autonomia de cada morador. “Inicialmente, serão acompanhados 24 horas por cuidadores e um técnico de referência, mas a dinâmica deverá mudar a partir das respostas apresentadas pelos usuários. Atualmente, eles não possuem vínculos que permitam o retorno às suas famílias de origem. No entanto, continuaremos trabalhando para que a reaproximação seja possível, no caso dos que ainda têm parentes vivos”, acrescentou.

Ainda segundo Alyne, a transferência dos pacientes para o estabelecimento marca o início de uma nova vida para eles. “É uma oportunidade importante, com o resgate da sua cidadania e a possibilidade de voltar ao convívio em comunidade e com a sociedade”, destaca.

Rede municipal – Cerca de 85 pessoas habitam as 12 residências terapêuticas existentes no Recife. As unidades são mantidas pela Prefeitura do Recife. Os moradores também recebem benefícios federais. A instalação dos estabelecimentos faz parte da política municipal de saúde mental, que tem entre os seus focos a desospitalização e a reabilitação social de ex-internos de instituições psiquiátricas e a assistência e a reinserção em comunidade de pessoas com transtornos mentais. A rede municipal conta ainda com 17 Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), dos quais 11 são voltados para esse segmento. Os outros seis tratam dependentes químicos.

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