COMERCIANTES PARTICIPAM DE PALESTRA SOBRE MEDICINA POPULAR
Há 30 anos comercializando ervas medicinais no Mercado de São José (Centro), Davi de Lima, 47 anos, nunca havia participado de uma capacitação sobre os produtos que vende. Para aprender mais sobre a mercadoria, ele reservou um tempo da tarde desta quarta-feira (26) para participar da palestra sobre medicina popular, promovida pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico do Recife, no Espaço de Cultura Popular do local. O objetivo da Prefeitura do Recife é capacitar os profissionais sobre manuseio das ervas e suas indicações terapêuticas.
“É bom sabermos o que estamos vendendo e para que serve. Só assim poderemos atender melhor os clientes. A capacitação ainda ajuda a conhecermos outras ervas que surgiram há pouco tempo e de outros lugares”, disse o comerciante Davi de Lima, que levou uma mostra de quixaba para a palestra. “Pedi para que todos trouxessem um produto que comercializava para interagir com eles. A partir dos relatos dos profissionais, eu adiciono meus conhecimentos”, explicou o médico Celerino Almeida Carriconde, que ministrou a palestra.
Entre as diversas orientações dadas, o médico lembrou que o mastruz não serve para curar tosse com secreção de crianças com até um ano de idade. “O mastruz pode ser utilizado apenas por crianças acima dessa idade e para a verminose. Além da utilidade, os comerciantes precisam saber da dosagem certa e por quanto tempo deve ser utilizada a erva”, contou o médico.
Celerino Almeida ainda deu dez dicas de bom uso das plantas. A primeira é saber quando e de onde ela foi coletada. Em seguida, é preciso ficar atento à parte do vegetal que será utilizada, conhecer a indicação terapêutica da planta, como preparar, por quanto tempo vai usar e saber a contra-indicação e a toxicidade. Ele alertou que nunca se deve fazer xarope com açúcar branco e nem se basear no conhecimento de plantas de outras regiões, mas sim da que a pessoa está.
Além da palestra, o Espaço de Cultura Popular abriga uma exposição homônima. Na mostra, os interessados podem ver quadros com rótulos de remédios antigos, além de livros raros como o Dicionário da Medicina Popular, escrito pelo Dr. Chernoviz, uma obra rara da medicina popular. Em abril, o espaço abre as portas para exposição sobre Culinária Brasileira e Nordestina. “Essa é uma oportunidade única de capacitação e cultura dentro do mercado para esses comerciantes”, afirmou a coordenadora do local, Manuela Labanca.
O que é isso?
