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Cultura

MULTIDÃO ACOMPANHA FUNERAL DE MESTRE SALUSTIANO


Centenas de pessoas acompanharam, na tarde desta segunda-feira (01), o cortejo que conduziu o corpo do Mestre Salustiano até o Cemitério Morada da Paz, em Paulista. Mestre Salú, como sempre foi conhecido, faleceu domingo (31), por volta das 7h30, vítima de arritmia cardíaca. Populares, artistas, familiares, amigos e autoridades das Prefeituras de Olinda, Recife, Governo do Estado e Governo Federal seguiram o cortejo, que saiu da Casa da Rabeca, no bairro olindense da Tabajara, por volta das 15h e chegou ao cemitério às 15h30. Coberto por uma gola de caboclo de lança, o caixão que trazia o corpo de Salú era fortemente aplaudido por onde passava, e foi acompanhado por um grupo de bacamarteiros, pelo Maracatu Rural Piaba de Ouro (fundado por Salú) e os Caboclinhos 7 Flexas de Goiânia e Recife.

Entre as autoridades presentes, o mais emocionado era o secretário Municipal de Cultura, João Roberto Peixe, que representou a Prefeitura da Cidade do Recife. O secretário enfatizou que Mestre Salú foi importante não só para Pernambuco, mas para todo o Brasil e para o mundo. Segundo Peixe, “ele conseguiu fazer seu conhecimento e sua sabedoria transitar em várias áreas. Além do que, ele tinha um diálogo com as grandes tecnologias e com os jovens artistas. Salú foi o mestre dos mestres. Ele parte, mas o legado que ele deixa é muito forte”. Mestre Salú foi um dos homenageados do Carnaval Multicultural da Cidade do Recife, em 2005, juntamente com Dona Santa, que foi a rainha do Maracatu Leão Elefante, falecida em 1962. “Ele vai encontrar com Dona Santa agora”, disse Peixe.

Representando o Governo Federal, o secretário da Identidade e da Diversidade Cultural, Sérgio Mamberti, frisou que a grande importância de Salú para a cultura popular deve-se, principalmente, ao papel de disseminador que ele desempenhou enquanto vivo. “Não era à toa que ele era chamado de mestre. Ele unia toda a tradição da cultura popular com a contemporaneidade. Ele tinha um papel de semeador. E justamente por isso ele é um mestre maior. Ele será lembrado sempre como um artista que soube representar a alma de sua gente”, disse Mamberti.

O segundo filho mais velho de Mestre Salú, Gilson, fez questão de ressaltar a ligação que o pai tinha com sua gente, reconhecendo que a participação do povo nesse momento não podia ser diferente. “Meu pai era muito querido. E digo que se o caixão fosse do tamanho da avenida, por mim, todo mundo carregava. Temos que respeitar o povo, porque o povo respeitava Salú”, disse Gilson.

Biografia - Manoel Salustiano Soares, o Mestre Salú, nasceu em 12 de novembro de 1945, no Engenho Oiteiro Alto, na cidade da Aliança (90Km de Recife), zona da Mata Norte de Pernambuco. Desde pequeno, aprendeu com o pai, João Salustiano, a confeccionar e tocar rabeca. Era motorista profissional e freqüentou apenas o curso primário. Mas fez da cultura da zona da Mata, com a qual conviveu de perto desde criança, o seu principal conhecimento em vida.

Estabeleceu-se em Olinda e lá iniciou sua trajetória artística. Foi fundador do Maracatu Rural Piaba de Ouro e do Cavalo-Marinho Boi Matuto. Mestre Salustiano era reconhecido nacionalmente como um dos grandes representantes da cultura popular, além de ter influenciado artistas como Chico Science, Antonio Carlos Nóbrega, Siba, entre outros. Ele levou a tradição do maracatu, cavalo-marinho, ciranda e forró para todos os cantos do Brasil e do mundo, tendo se apresentado em países como Alemanha, Cuba, Estados Unidos, França, entre outros.

Como reconhecimento ao seu trajeto dentro do campo da cultura, em 1965, ganhou o título Doutor Honoris Causa da UFPE. Recebeu ainda, em 1990, o título de “reconhecido saber” concedido pelo Conselho Estadual de Cultura de Pernambuco. Em 2001, ganhou a comenda da Ordem do Mérito Cultural, do então Presidente da República, Fernando Henrique Cardoso. Além disso, foi escolhido pelo Governo do Estado como Patrimônio Vivo de Pernambuco.

Em 55 anos de carreira, lançou 4 CDs: “O Sonho da Rabeca”, “As Três Gerações”, “Cavalo-Marinho” e “Mestre Salú e a Sua Rabeca Encantada. Fundou na Cidade Tabajara, em Olinda, a Casa da Rabeca do Brasil, um espaço para danças, oficinas, encontros de maracatus rurais e cavalos-marinhos, além de shows de música regional, durante todo o ano.

Na época do carnaval, a Casa recebe caboclinhos, bois, burras, troças, ursos, além do seu maracatu Piaba de Ouro. No Natal, apresentações de pastoril, ciranda, cavalo-marinho, entre os quais o Boi Matuto, com a participação de 76 figurantes e 18 pessoas brincando. Salú era portador do Mal de Chagas há 20 anos. Há 18, utilizava um marcapasso pra controlar o aumento do coração, provocado pela doença. Na manhã deste domingo (31), por volta das 6h30, Salú sofreu uma parada cardíaca, vindo a falecer uma hora depois. Deixou 15 filhos, quase todos “brincantes” como ele.

 

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