Na manhã desta terça-feira (29), a gerência de Atenção à Saúde da Mulher da Secretaria de Saúde do Recife realizou, no auditório da Fundação Joaquim Nabuco, no Derby, o Iº Simpósio Saúde, Gênero e Direitos Reprodutivos, promovido pela Secretaria Municipal de Saúde, em parceria com o Comitê de Estudo da Mortalidade Materna do Recife. Em discussão, um novo olhar sobre as questões de gêneros e direitos reprodutivos, e como essas questões acabam interferindo na saúde da mulher.

O objetivo do evento promovido pela Secretaria de Saúde foi refletir sobre as questões, de forma a preparar cada vez mais o profissional de saúde para receber e acolher cada mulher que chega na unidade, de acordo com sua realidade.

De acordo com o assessor executivo da Secretaria de Saúde do Recife, Tiago Feitosa, é preciso que as pessoas reflitam sobre a questão. “É necessária a percepção de que cada caso tem suas particularidades e que não cabe a ninguém julgar. Devemos ter a preocupação em acolher essas pacientes da melhor maneira possível. O encontro é de grande importância pela discussão e levantamento de soluções para garantir o direito das mulheres”, avaliou Tiago Feitosa.

Para a gerente de Atenção à Saúde da Mulher, Benita Spinelli, a discussão sobre os direitos reprodutivos é permanente. “A mulher precisa e tem o direito de conhecer suas garantias. Por isso a convocação de toda a sociedade em se engajar nessa luta. Se a mulher não tem o seu direito reprodutivo garantido, ela vai acabar comprometendo a sua saúde mais tarde”, afirmou Spinelli. Segundo ela, quando o parceiro obriga mulher a manter relações sexuais sem preservativo ou a proíbe de fazer uso dos contraceptivos e acontece uma gravidez indesejada, a mulher acaba abandonada, e, por muitos outros motivos, tem como única opção fazer um aborto clandestino, correndo riscos de contrair infecções e até mesmo morrer. “Isso sem falar do preconceito e da discriminação social com a qual a mulher é obrigada a conviver”, alertou a gerente.

Participaram também do Simpósio, o médico Olímpio Barbosa, professor da UPE e membro da Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia; Verônica Ferreira, feminista e pesquisadora do SOS Corpo – Instituto Feminista para a Democracia.

 

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