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Cultura

AXÉ MUSIC E MANGUEBEAT EM DEBATE NA SEMANA CHICO SCIENCE PROPAGANDO
09:02 Quinta-feira, 25 de Março de 2010

O terceiro dia de seminários da Semana Chico Science Propagando, evento promovido pela PCR, através da Secretaria de Cultura e Memorial Chico Science, trouxe à mesa de discussão o tema “Quebra do antagonismo entre ´pop´e ´popular´. Como convidados para expor idéias e debater com a platéia que compareceu às 19h desta quarta-feira (24), na Livraria Cultura, estavam o Secretário de Cultura do Recife, Renato L, e Gilberto Monte, da Fundação Cultural do Estado da Bahia/Secult BA.

Quem abriu a noite foi o curador Alex Antunes, o jornalista, escritor, músico e crítico musical, que lançou o tema sob o viés das semelhanças e – muitas diferenças – entre os movimentos da axé music e do manguebeat. “Acho que este é um bom momento para discutirmos as questões que envolvem esta relação com mais maturidade e menos caricatura” – lançou o mediador.

Gilberto Monte começou contextualizando o surgimento do axé music, que surgiu no começo dos anos 80, vindo de uma tendência forte nos anos 70, quando a Bahia voltou-se para a cultura negra com mais afinco, influenciada pelo movimento Black Power norte-americano. “Havia blocos de bairro e de rua que já traziam a cultura negra como referência” – explicou. Monte relatou ainda que o gênero não foi unanimidade no Estado, uma vez que os atores culturais ligados a outras vertentes musicais sentiram-se à margem dos investimentos do poder público e da iniciativa privada. “O lado bom é que surgiu toda uma indústria, e com ela veio a criação de uma cena musical que deu emprego e renda a técnicos e instrumentistas, mas os incentivos foram direcionados apenas para o ritmo que estava fazendo sucesso naquele momento e isso perdurou por muito tempo.” – explica. “De uns quatro anos para cá, estamos investindo na diversidade”- disse.

O representante da Secult Bahia relatou ainda a preocupação atual em democratizar o Carnaval, não só no sentido de dar espaço a bandas e músicos que ainda não alcançaram envergadura nacional, como para dar espaço na festa para quem não pode pagar para estar dentro do cordão de isolamento dos blocos: “Estamos trabalhando no que lá chamamos de trios da pipoca, o que não é fácil uma vez que os trios e os camarotes ocupam cada vez mais o espaço público” – comentou.

Já o Secretário de Cultura do Recife, Renato L, que é um dos fundadores do Manguebeat, relatou o processo de formatação do movimento, ressaltando que ele é uma das provas das muitas interseções entre a cultura de Pernambuco e da Bahia. O “Ministro da Informação do Manguebeat” contou que naquela época – final dos anos 80 e começo de 90 - estavam decepcionados com a maioria do que viam na música brasileira e buscavam novas sonoridades que trouxessem um diferencial. “Uma dessas novidades foi o Olodum, além de muitas outras vindas do Brasil e de muitas partes do mundo. Lembro-me que Chico (Science) esteve em um show do grupo e nesta mesma ocasião encontrou o Nick Cave. Um encontro que ilustra bem a quantidade de referências que estavam na cabeça dele, quando começou a compor” – conta.

O debate seguiu com considerações sobre os contextos históricos, culturais e até mesmo geográficos que engendraram o surgimento e sucesso de cada um dos gêneros, no que o público também participou ativamente As críticas, observações e alusões resvalaram em temas como o movimento Armorial, o Tropicalismo e de como estes dois últimos estiveram polarizados a certa altura da história.

A Semana Chico Science Propagando continua na próxima sexta-feira (26), às 15h, na Livraria Cultura, com o tema “Descentralização da produção cultural nacional”, cujos debatedores são Cláudio Prado e Ângela Priston. Na mesma data, à noite, o show de encerramento do evento acontece no Pátio de São Pedro com a banda Mexe mexe Tupi e Jr Black, que lança o ser novo disco, o RGB.

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