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Cultura

TIPOGRAFIA ANALÓGICA E DIGITAL SÃO TEMAS DE EXPO E PALESTRA NO CDR
09:21 Quarta-feira, 7 de Julho de 2010

Centro de Design do Recife abre reflexão sobre trabalhos realizados por pintores letristas e designers

Ana Quitéria
 
A partir desta quinta-feira (8), o Centro de Design do Recife, equipamento cultural da PCR, dá início à exposição Tipografia Vernacular - Do analógico ao digital. A mostra registra a diversidade do trabalho de letristas populares em paralelo com um recorte da atual produção tipográfica digital brasileira que busca referências neste universo, destacando seus pontos de interseção e diferenças.

De acordo com Cecília Pessôa, gerente de Serviços do CDR, a mostra é consequência da tese de mestrado da designer Fátima Finizola, que pesquisou letreiros informativos que, apesar das novas possibilidades tecnológicas, continuam sendo feitos à mão, resultando em paisagens tipográficas diversas. “Essas placas terminam sendo uma expressão da cultura material de um povo e da produção espontânea e informal do design” - localiza. A curadoria da exposição fica por conta da própria Fátima e de Damião Santana, designeres da Crimes Tipográficos.

“As leis de redução da poluição visual em algumas capitais do país, incluindo Recife, e ainda a evolução de novas tecnologias de impressão digital, podem colocar em risco a existência do ofício de letrista popular” - afirma Finizola. “Quem repara nas placas dos bairros do Recife percebe que cada vez mais os letreiros populares pintados à mão perdem espaço para placas confeccionadas em vinil adesivo ou impressões digitais. Até mesmo muitos dos trabalhos de letreiramento já perderam um pouco do caráter manual, já que também partem de layouts gerados no computador”- acrescenta a designer que constatou o fato em sua pesquisa de campo, que envolveu algumas cidades brasileiras como Recife e Rio de Janeiro.

Digital - Por outro lado, a era digital e as novas tecnologias trouxeram consigo uma tendência para o desenvolvimento de projetos baseados em transposições estéticas, do passado para o presente, do meio analógico para o virtual. Esta tendência é também observada na produção tipográfica contemporânea no Brasil. O rico universo popular brasileiro passa por um processo de deslocamento e tradução para os meios digitais, onde observamos uma tendência ao desenvolvimento de projetos tipográficos com inspiração na linguagem gráfica vernacular.

Debate – Além da mostra, que fica em cartaz até o dia 8 de setembro, o Cento de Design do Recife promove um momento de diálogo entre os curadores o público. O debate acontece no mesmo dia da abertura da mostra (8 de julho), a partir das 19h, no próprio Centro de Design. O acesso é gratuito. O tema central é o design vernacular, expressão frequentemente usada para descrever uma forma não-acadêmica de design. São soluções materiais ou visuais e artefatos presentes no cotidiano, e que indicam forte ligação com a cultura local.

Sobre os curadores e debatedores:
Fátima Finizola é designer, Especialista e Mestre em Design da Informação pela UFPE, onde desenvolveu o projeto “Panorama Tipográfico dos Letreiramentos Populares - um estudo de caso na Cidade do Recife”. Lecionou na Universidade Federal de Pernambuco, no período de 1999-2001 e 2003-2005. Sócia-diretora da Corisco Design Gráfico e colaboradora do projeto colaborativo Crimes Tipográficos e do site Tipos Populares do Brasil. Selecionada para a 3ª Mostra Tipografia Brasilis, Bienal Letras Latinas 2006, Salão Pernambuco Design 2004 e 2008 com as fontes dingbats Zabumba Folk e City, que atualmente compõem uma família tipográfica comercializada pela Digital Type Foundry T-26.

Damião Santana é designer formado pela Uneb (Universidade Estadual da Bahia) e Especialista em Design da Informação pela UFPE. Atualmente trabalha na Corisco Design Gráfico nas áreas de design, webdesign e fotografia. Leciona na Universidade Aeso Barros Melo no curso de Design na disciplina de Tipografia 2 e no curso Fotografia. Colaborador do projeto colaborativo Crimes Tipográficos, onde desenvolveu as fontes higiênica, silicone, Vincent, Capoeira, Capoeira Black, dentre outras.

Sobre Crimes Tipográficos:
Crimes Tipográficos é um projeto colaborativo, iniciado no ano de 2000, na cidade de Recife | Brasil, pelos designers Damião Santana e Fátima Finizola. Surgido a partir de uma brincadeira na Pós-graduação em Design da Informação da Universidade Federal de Pernambuco, os primeiros Crimes Tipográficos eram ilustrações desenvolvidas a partir de tipos, pelo designer Damião Santana, para um projeto editorial realizado durante o curso. Mais adiante, com a disciplina de Tipografia Digital ministrada por Priscila Farias, inicia-se de fato o projeto das primeiras fontes que caracterizariam o grupo experimental como uma fonthouse. Desde então os Crimes Tipográficos se transforma num dos projetos paralelos do Estúdio Corisco Design e mais adiante abre suas portas para novos colaboradores.

Dentre os nortes inspiradores dos projetos tipográficos do CT estão a estética vernacular e o experimentalismo gráfico, que são percebidos nas fontes de título que fazem referência a tipografias populares ou nos dingbats que transitam pelo nonsense e temáticas que refletem a cultura brasileira. Atualmente a proposta do grupo é abarcar não só designers de tipos como quaisquer pesquisadores ou profissionais de áreas afins, como a fotografia e o cinema, que encontrem na tipografia uma fonte de inspiração para o seu dia-a-dia.

O grupo possui trabalhos reconhecidos no âmbito nacional e internacional pela Bienal Letras Latinas, Mostra Tipografia Brasilis e Salão Pernambuco Design. A fonte Zabumba City foi reconhecida na América Latina sendo selecionada para a Bienal Letras Latinas 2006, bem como para o Salão Pernambuco Design 2008. As fontes Capoeira e Zabumba Folk também foram selecionadas para a 3ª Mostra Tipografia Brasilis e para o Salão Pernambuco Design 2006. Algumas fontes experimentais elaboradas na fase inicial da fonthouse foram publicadas no livro Fontes Digitais Brasileiras.

Hoje o CT se empenha em enriquecer e divulgar a cultura tipográfica brasileira, através de oficinas e palestras, bem como no contato diário com o cliente que consome tipografia através de projetos gráficos e editoriais.

Serviço:
Abertura da Exposição Tipografia Vernacular: do analógico ao digital
Debate com os curadores - Fátima Finizola e Damião Santana [Crimes Tipográficos] - e convidados.
ONDE: Galeria do Centro de Design do Recife, casa nº 10, Pátio de São Pedro
QUANDO: 8 de julho
HORÁRIO: 19h
PERÍODO DA MOSTRA: de 08 de julho a 08 de setembro de 2010, das 9h às 17h, de segunda a sexta-feira
INFORMAÇÕES: 3355 3147

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