Atalhos de navegação:

        Diário Oficial Agenda do Prefeito Fale conosco

 

RSS lista de noticias do grupo O que é isso?

Cultura

NASCEDOURO DE PEIXINHOS EMBARCA NA ESTREIA DO TEATRO OFICINA
00:00 Quinta-feira, 8 de Julho de 2010

Usando a música como fio condutor do enredo, o espetáculo Taniko faz uma releitura do Teatro Nô japonês com ritmos e símbolos da brasilidade

Por Juliano Muta


A estreia no Recife do projeto Dionisíacas em Viagem, do Teatro Oficina, na noite desta quarta-feira (7), aconteceu debaixo de uma chuva torrencial, mas isso não foi empecilho para a atenta plateia que compareceu ao Nascedouro de Peixinhos para assistir a Taniko, o Rito do Mar, primeira da série de peças que serão apresentadas na cidade pela companhia até o próximo sábado (10), com patrocínio da Prefeitura do Recife.

Um ritual regado a saquê entre o elenco foi o prelúdio de uma viagem que estava prestes a acontecer. Aos poucos, as arquibancadas vazias do Teatro de Extádio - instalação itinerante montada na área externa da Refinaria Multicultural - eram preenchidas pela plateia, que foi trazida para dentro da tenda pelos atores e participantes das oficinas que estão sendo ministradas no local. Ao som do trio de músicos que executava a trilha ao vivo, o público foi instigado a cantar junto um mantra que ajuda a decifrar a peça: “Nô Bossa Nova Tranzênicu”. Após a última pessoa se acomodar, todos foram convidados a navegar com o Teatro Oficina num sutil e envolvente espetáculo que durou cerca de duas horas.

Baseado em peça de Zeami (1363 a 1443), dramaturgo e dançarino japonês criador do Teatro Nô, Taniko, o Rito do Mar é uma recriação pra lá de antropofágica de Luis Antonio e José Celso Martinez Corrêa. Nessa montagem, o rito nipônico foi transformado num musical que narra a primeira viagem dos imigrantes japoneses ao Brasil. A peça conta a história da iniciação do menino Kogata (Ariclenes Barroso), que se arrisca junto como seu mestre, Waki (Marcelo Drummond), numa expedição marítima rumo ao Brasil, deixando a mãe (Luiza Lemmertz) doente no Japão.

Ao tomar conhecimento do chamado rito que obriga a abandonar no caminho quem for tomado de exaustão ou ficar doente, Kogata revela não suportar o cansaço e exige que os companheiros o apunhalem e lhe joguem morto no mar. Cumpre-se o rito, apesar do Mestre Waki tentar impedir. Depois do feito, Waki invoca o poder de Zeame (Zé Celso), o criador do Nô, que os ajuda a tirar Kogata dos braços do mar. O enredo é permeado constantemente pela cultura brasileira, conduzido tanto pela música, que se baseia fortemente na “bossa nova zen de João Gilberto”, como definiu o próprio José Celso, quanto pelos personagens. Iemanjá e outros símbolos da cultura brasileira como João Cândido, o navegante negro, foram introduzidos na história, dando um tom tupiniquim a essa fábula nipônica.

O moderno sistema de luz e os vários telões que transmitiam além das
filmagens em tempo real, imagens que completavam o que se passava em palco, como as cenas de arquivo da bomba de Hiroshima e Nagasaki, e outros efeitos visuais foi algo que merece destaque. Ao final da peça, a participação do público foi elogiada pelo diretor do Teatro Oficina. “Fiquei feliz porque vencemos a chuva, que não parou de cair durante todo o espetáculo, que é muito delicado e exige bastante atenção. Apesar disso conseguimos reunir uma multidão popular e de estudantes e isso é maravilhoso”, comentou o sorridente José Celso.

As próximas peças serão Estrela Brazyleira a Vagar – Cacilda!! (08/07, às 19h), Bacantes (09/07, às 19h) e O Banquete (10/07, às 19h). Todos os espetáculos são gratuitos, com sugestão de doação voluntária de 1kg de alimento, produtos de limpeza, roupas ou brinquedos (para a peça Cacilda!!, a sugestão é que se leve uma flor).

Estrutura - Com capacidade para duas mil pessoas, o teatro itinerante abriga uma estrutura de duas toneladas de equipamento de som, 150 refletores, telões, dez projetores de vídeo, tendas de camarins e área de convivência para comidas e bebidas. São 29 músicos, atores e assistentes da companhia em cena, numa equipe que engloba mais de 100 pessoas em todo o Brasil. Somente o time que viaja na turnê (formado por técnicos, produtores e artistas) conta com 57 pessoas. O “Carronaval das Dionisíacas” é composto ainda por uma equipe de vídeo (responsável pelas gravações e projeções durante as peças) e outra de web, já que todos os espetáculos são transmitidos ao vivo pelo site www.teatroficina.com.br

Matérias Relacionadas
- Integrantes do Teatro Oficina fazem apresentação musical na Terça Negra
- Tipologia analógica e digital são temas de expo e palestra no CDR
- Multicultural divulga resultado da Chamada Pública para Educadores
- Oficinas parceiras do Programa Multicultural terminam com exposição na Fábrica Tacaruna
- Atores do Teatro Oficina se apresentam na Terça Negra
- Apolo-Hermilo abre inscrições para Performances e Construção Comunitária
- Cia. de Teatro Oficina encena quatro montagens no Nascedouro de Peixinhos
- Sai pra lá videogame: Murillo La Greca tem oficinas de férias
- Oficinas parceiras do Multicultural terminam com exposição na Fábrica Tacaruna
- A Roda leva toda sua versatilidade ao Pátio Sonoro nesta sexta
- Começam nesta sexta workshops gratuitos do Teatro Oficina
- Saiba Mais
- Banda Sinfônica encerra programação junina com concerto dedicado aos ritmos nordestinos
- Mamam inaugura exposição de Solon Ribeiro
- Noite dedicada à solidariedade no Arsenal da Marinha
- Bloco “Me Segura Se Não Eu Caio” realiza edição junina
- Mestres da sanfona animam Sítio Trindade
- A sanfona não parou
- Mais de três mil quadrilheiros invadem o Centro do Recife
- Comunidade de Brasília Teimosa e PCR mantêm tradição de Procissão de São Pedro


Enviar    Imprimir