171 alunos de cinco escolas municipais foram avaliados

Por Marcos da Silva

Durante toda a manhã e parte da tarde desta terça-feira (13), a Escola Municipal Mércia de Albuquerque Ferreira, na Ilha do Retiro, foi a unidade polo de mais um mutirão oftalmológico do Projeto Olhar Recife. Voltado para estudantes de seis a 16 anos da Rede Municipal de Ensino, o projeto atendeu durante o dia 171 crianças e adolescentes das escolas Edite Braga (37), dos Remédios (27) e Santa Edwiges (29), localizadas em Afogados; Ebenézer Gueiros (25), da Iputinga; além da Mércia de Albuquerque Ferreira (53). O Projeto Olhar Recife é uma parceria das secretarias de Educação, Esporte e Lazer, Saúde e da Fundação Altino Ventura.

“Toda terça-feira realizamos um mutirão em diferentes bairros da Cidade. Este ano, a meta da Secretaria de Educação, Esporte e Lazer (Seel) da Prefeitura do Recife é atender todas as escolas das Regiões Político-Administrativas 4 e 5 (RPA’s 4 e 5)”, ressalta a coordenadora do Programa Saúde na Escola, que abrange o Projeto Olhar Recife, Elusa Barros.

Primeiro, a Diretoria de Ações Educacionais Complementares (Daec) faz uma pré-triagem com os alunos. Nesta etapa, os profissionais da Fundação Altino Ventura (FAV) com a ajuda dos professores de cada unidade, realizam um exame preliminar. Em seguida, já no Mutirão, uma avaliação mais apurada com sofisticados equipamentos como lâmpada de fenda, greens e retinoscópio, é realizada por uma equipe de cinco oftalmologistas, três assistentes oftalmológicos e um técnico social da FAV. Se necessário, os profissionais indicam o uso de óculos, que são cedidos gratuitamente pela Secretaria de Saúde Municipal dentro de 15 dias. Os casos mais graves como estrabismo, deslocamento de retina e glaucoma são encaminhados para tratamentos específicos na Fundação Altino Ventura.

Dayvison César dos Santos de Souza, de nove anos, é aluno da 2ª série da Escola Municipal Mércia de Albuquerque Ferreira: “Desde o ano passado, uso óculos. Estou com dificuldade para enxergar de perto e não consigo acompanhar as aulas. O médico receitou um novo par, com lentes mais fortes”.

A vice-gestora da Escola Mércia de Albuquerque Ferreira, a professora Renata Figueiredo, lembra a importância do mutirão. “Temos alunos que foram a um oftalmologista, mas não usam óculos, porque não podem comprá-los”.

O oftalmologista da FAV, Eduardo Néri, avalia que o atendimento precoce ajuda muito a evitar casos de cegueira. “Fizemos um levantamento com os professores e detectamos que houve uma mudança positiva no comportamento dos estudantes municipais após a utilização de óculos. Entre maio e setembro deste ano, foi aplicado um questionário com os educadores e chegamos à conclusão de que o comportamento deles na sala de aula melhorou”.

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