O Museu da Cidade do Recife, que funciona no Forte das Cinco Pontas, no Bairro de São José, celebrou duas ocasiões importantes na tarde desta terça-feira (13). Além dos 27 anos de fundação do equipamento cultural, nesta mesma data, no ano de 1825, era arcabuzado o líder revolucionário Frei Joaquim do Amor Divino Caneca, o Frei Caneca. E em comemoração a este acontecimento, o Museu abriu oficialmente a mostra Semeadores de Liberdade, que tem como foco a história e a realidade de Frei Caneca e seus contemporâneos, que realizaram a Revolução Pernambucana de 1817 e a Confederação do Equador, em 1824. Prestigiando a ocasião, esteve presente o vice-prefeito de Recife, Milton Coelho; o secretário Municipal de Cultura, Renato L; além de autoridades, populares e familiares do religioso.

“Esta é uma das datas mais marcantes, não apenas da história de Pernambuco, mas da história do povo brasileiro. Aquele momento foi o marco do primeiro grito popular neste País, o primeiro movimento de luta real deste País em favor da democracia”, lembrou o vice-prefeito, ao depositar uma coroa de flores no busto de Frei Caneca, que está erguido no largo das Cinco Pontas, local onde o religioso foi executado, ao lado do Forte. Um toque de silêncio executado pelo Corpo Musical da Polícia Militar de Pernambuco deu o tom da ocasião. Logo após, todos seguiram até o Forte das Cinco Pontas, fazendo o caminho inverso de Frei Caneca no dia de sua morte.

A programação em homenagem a Frei Caneca foi aberta com uma mesa redonda que contou com as participações do jornalista Marcelo Mário Melo e do historiador e professor do curso de Ciências Sociais da Universidade Federal de Pernambuco, Denis Bernardes. A mediação da mesa ficou a cargo do cineasta, diretor e roteirista Osman Godoy. Durante o debate, o papel histórico e social de Frei Caneca e de todos os artífices da Confederação do Equador foi discutido. Para Godoy, que produziu o vídeo Caneca e a Confederação do Equador, que será exibido durante todo o período da mostra, ressaltou que momentos como este são importantes para a população, pois ainda se conhece pouco sobre a vida e a luta de Frei Caneca. “No Brasil inteiro você vê citações muito importantes sobre ele. Em cidades como São Paulo e Rio de Janeiro. Ou seja, ele foi uma figura importantíssima, mas pouco se sabe a respeito dele”, explicou Godoy.

O secretário municipal de Cultura, Renato L, destacou a importância intelectual e a determinação de Frei Caneca durante seu período de atuação. “Ele é um exemplo de coerência e coragem na luta pela liberdade e justiça social na nossa história. Ele serve, entre outras coisas, pra lembrar que é preciso lutar ainda hoje contra as injustiças sociais que existiam naquela época, e que resistem até hoje. Isso é o que mais chama a atenção nele, no seu papel como religioso e intelectual, pois ele era um homem de múltiplos talentos”, definiu o secretário.

No interior Forte das Cinco Pontas, houve a troca da bandeira do Recife, feita pelo vice-prefeito, e acompanhada ao som do Hino da Cidade do Recife, executada pela banda da Secretaria de Educação, Esportes e Lazer. Em seguida, houve o corte do bolo em comemoração aos 27 anos do Museu da Cidade do Recife, embalado por um “Parabéns pra Você”, que foi cantado pelo Coral de Idosos Novo Milênio. A mostra Semeadores de Liberdade segue no Museu da Cidade do Recife até o dia 13 de fevereiro.

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