Na última terça-feira (18), a estátua do ícone do movimento Mangue Beat, Chico Science, foi alvo de vandalismo e sofreu sérios danos. Em virtude disso, a Prefeitura do Recife já removeu a peça da Rua da Moeda e a armazenou em um depósito da Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana (Emlurb). A escultura passará por uma avaliação técnica para que seja iniciada sua restauração. A obra de arte faz parte do projeto Circuito da Poesia que teve, em julho, outras peças danificadas por vândalos.

A estátua confeccionada à base de fibra de vidro foi derrubada do pedestal de sustentação e, devido à queda, sofreu uma rachadura de aproximadamente 0,5 m na região lombar da peça. “Foi muita sorte a estátua não ter se partido. Felizmente, será possível restaurá-la. Este tipo de ação anti-cidadã é condenável e agride a memória de uma personalidade como Chico Science”, lamenta o diretor de Manutenção Urbana da Emlurb, Fernando Melo.

Ainda de acordo com Fernando Melo, o responsável pelo restauro do monumento de Chico Science será o artista plástico Demetrio Albuquerque - idealizador do Circuito da Poesia. “Queremos garantir que a escultura fique com as mesmas características de quando foi produzida, por isso, contrataremos Demetrio para a restauração. Assim que ele fizer a avaliação técnica e o orçamento da obra, autorizaremos a recuperação da peça”, explica.

Esta é a quinta peça do Circuito da Poesia que sofre agressões somente nos últimos dois meses. Passaram também por restauro recentemente as estátuas dos poetas Joaquim Cardozo, Antonio Maria, Carlos Pena Filho e a do músico Capiba. A equipe de restauração da Emlurb executa reparos, em média, em 15 esculturas por mês. “Além de desrespeitar importantes expoentes de nossa cultura, esse tipo de vandalismo gera custos para a Prefeitura e, por conseqüência, para a própria população”, resume Melo.

O Circuito da Poesia é constituído ainda pelas estátuas de João Cabral de Melo Neto, na Rua da Aurora; Manoel Bandeira, também na Aurora; Clarice Lispector, Praça Maciel Pinheiro; Mauro Mota, na Praça do Sebo; Chico Science, no memorial do artista (Rua da Moeda); Solano Trindade, no Pátio de São Pedro; Ascenso Ferreira, no Cais da Alfândega; e Luiz Gonzaga, na Estação Central do Metrô. O projeto foi iniciado em 2005 e concluído em 2007 e tem por objetivo homenagear expoentes da cultura pernambucana e aproximar a história deles do público recifense. Para a elaboração do trabalho, a Prefeitura do Recife, em parceria com o Banco do Brasil, investiu mais de R$ 270 mil.

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