A atração mais aguardada da noite colocou o público pra dançar do começo ao fim do show
 
Por Leonardo Vila Nova
 
Já passava das 21h e a Rua da Moeda não tinha espaço para mais ninguém, quando subiu ao palco a última atração do Ciclo Natalino deste domingo (26). Diretamente das ladeiras da Cidade Alta, a Orquestra Contemporânea de Olinda aportou mais uma vez no Recife e mostrou a que veio, num show onde os 12 músicos provaram porque são uma das bandas mais aclamadas nos últimos tempos, acertando em cheio público e crítica, numa das melhores apresentações da noite.
 
Uma profusão de elementos compõe o som da Orquestra Contemporânea de Olinda. Do samba de gafieira ao afrobeat, do coco ao latin-jazz. Tudo é matéria-prima para uma música que traz, ao mesmo tempo, apuro nos arranjos e um suingue que não deixa ninguém parado. Procurando sempre na experimentação de novas possibilidades musicais o caminho certo para a diversidade de sons e estilos que alguém nascido em Olinda já traz no sangue.
 
À frente do projeto, que já tem quatro anos e muita experiência na estrada, o percussionista Gilú Amaral explica que a Orquestra Contemporânea de Olinda procura, cada vez mais, aproveitar a repercussão da sua música junto ao público para investir numa proposta que tenha a ver com a cara desse público. “Eu acho que temos tido um saldo positivo desde a criação da orquestra, trabalhando bastante e viajando muito, graças a Deus. Conseguindo mostrar nossa música, em várias partes do País e do mundo, a um público que vem gostando muito do nosso trabalho. E isso tem sido muito bom”, lembra Gilú sobre a resposta positiva às turnês que o grupo empreendeu Brasil afora e nos Estados Unidos, tendo sido elogiado no The New York Times.
 
Neste show da Rua da Moeda, o grupo apresentou as canções do seu disco de estreia, Tá Falado (2008), que concorreu, em 2009, ao Grammy Latino, na categoria “Álbum de Música Regional Brasileira”. Músicas como “Canto da Sereia” e “Ladeira” agitaram a plateia, assim como “Brigite”, que contou com a participação de várias groupies, que subiram ao palco pra dançar junto com a banda. Além disso, a Orquestra mostrou mais três canções que estarão no novo álbum do grupo, que será lançado em 2011.
 
“O público daqui é o mais complicado pra gente se apresentar, pois é uma galera que está acostumada a ouvir muita coisa e fica mais exigente e seleta. Ou seja, a responsabilidade é ainda maior. Mas acho que a gente tem conseguindo consolidar um público que conhece nossas músicas e comparece aos shows, se diverte”, avalia Gilú, que, minutos antes da apresentação, estava feliz por apresentar o último show do ano no Recife.
 
E, assim sendo, público e banda corresponderam à boa expectativa, fechando com chave de ouro o último dia do Ciclo Natalino na Rua da Moeda. O estudante recém-formado em Música, Tiago West, foi conferir a Orquestra e não se decepcionou. “Na verdade, eu vim mais pra ver o show deles e acho que foi, sem dúvida, o melhor da noite. Valeu muito a pena aparecer por aqui hoje”, disse.

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