Consolidado desde 2001 como um evento que abriu as portas da nova cena musical aos grupos locais de raízes afros, a Terça Negra chega ao final de 2010 contabilizando 48 edições e mais de 190 atrações. Nesta terça-feira (28), a partir das 20h, um pouco desse mosaico cultural pode ser visto no Pátio de São Pedro, onde se apresentam o coco de roda Homem de Barro, de Itaquitinga, o Afoxé Filhos de Ogum Dê, de Rio doce, e o coco Chinelo de Iá Iá .

O evento, que acontece semanalmente às terças-feiras numa parceria entre a Prefeitura do Recife e o Movimento Negro Unificado, já mudou a cara do Pátio de São Pedro que passou a ser mais freqüentado e transformado numa espécie de templo sagrado dos que perpetuam as tradições herdadas dos africanos, como a música, a dança, a moda e a religiosidade.

Para o produtor cultural do Movimento Negro Unificado, Almir Gandhi, 2010 foi um ano em que o projeto Terça Negra teve muita visibilidade e destaque internacional. Ele cita, por exemplo, a presença em abril do grupo África Bombata, um dos precursores do rap nos Estados Unidos e cujo ritmo tem forte influência da música caribenha. Outros destaques de peso que participaram do evento foram os atores-músicos do Teatro Oficina de São Paulo e os grupos culturais do Maranhão e Alagoas, todos patrocinados pela Funarte.

Almir lembra ainda que em novembro, o mais famoso afoxé do Brasil, os Filhos de Gandhy, esteve na Terça Negra onde batizou o Afoxé Omunilê Ogum Já, numa noite em que o Pátio de São Pedro registrou um público superior a 2 mil pessoas. Para o ano que está chegando, o produtor diz que o evento aproveitará a temporada pré-carnavalesca e colocará na grade de programação grupos carnavalescos, como maracatus e afoxés.

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