Por Marcos da Silva

O público que visitou o estande da Prefeitura do Recife na tarde desta quarta-feira (28) pôde conferir de perto que ter limitações não é empecilho para a realização de sonhos. Crianças e adolescentes, a maior parte da Rede Municipal de Ensino, puderam acompanhar o lançamento da versão em braille do livro infantil “A borboleta de asa curta e apaixonada”. O livro, produzido por seis alunos, é uma ações do projeto de inclusão digital “Paz Interior – Quem sou eu?”. Todos os alunos fazem parte do Atendimento Educacional Especializado (AEE), da Gerência de Educação Especial da Secretaria de Educação, Esporte e Lazer.

A obra, que conta a história de uma borboleta que nasceu com uma asa menor que a outra, fala de inclusão social e foi escrita pelos alunos da Escola Municipal Alto Jardim Progresso, em Nova Descoberta: Márcio do Nascimento, de 12 anos; Mikaellen de Oliveira Rocha, 10; Raul Guilherme Xavier de Oliveira, 11 e Vanderson Danilo do Nascimento, 10 anos. As ilustrações do livro foram feitas pelos estudantes Alexandre José dos Santos, de 14 anos e Ingrid Rafaela de Lima Borges, 12.

“Foi difícil escrever este primeiro livro, mas em um mês, concluímos o trabalho. Já estou pensando em escrever outro”, revela o autor Raul Guilherme. “Gosto muito de estudar Português, fazer as tarefas e brincar”, complementa.

O criador da versão em braile, José Carlos dos Santos Júnior, de 13 anos, é deficiente visual e cursa o 7º ano do 4º ciclo (antiga 6ª série), na Escola Municipal Nilo Pereira, em Casa Amarela. “Desde os 6 anos que leio em braille. Passei cerca de quatro horas para editar esta versão para deficientes visuais. Atualmente, estou trabalhando em dois outros livros, que pretendo lançar na próxima Bienal, em 2013”.

A professora da Sala de Recursos Multifuncionais e organizadora da obra, Verônica de Fátima da Costa, 49 anos, 32 deles dedicados à arte de educar, diz que o projeto “Paz Interior – Quem sou eu?”, tem como meta elevar a autoestima e trabalhar a identidade dos alunos Eles estudam em turmas regulares e no contraturno vêm ao AEE, duas vezes por semana. Lá, fazem exercícios de estimulação da memória, como andar de costas; jogar bola com o pé contrário, que trabalha a sinapse nervosa; identidade, que melhora a personalidade, a relação com a família e autoestima, valorizando e desenvolvendo o potencial de cada um”.

A revisão tecnológica do material ficou a cargo do educador multiplicador, Ely Barbosa Lima, 51 anos, 30 de profissão. “Para mim, foi uma surpresa. É a primeira vez que trabalho com crianças do projeto. Quando a professora Verônica falou-me do projeto do livro, sugeri incluí-lo na mídia. Para isso, escaneamos os rascunhos e desenhos”, acrescentou.

Galeria de Fotos

Quem quiser conhecer a versão original do livro “A borboleta de asa curta e apaixonada” pode acessar o link: http://issu.com/eljo/docs/a_borboleta_de_asa_curta_e_apaixonada

 

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