Durante três dias, professores doutores de Portugal, Bolívia e Brasil falaram para mais de 5.500 profissionais da Rede Municipal de Ensino

O último dia de palestras do Encontro Internacional Paulo Freire, evento que teve início na segunda-feira (19), contou com a presença dos professores doutores Agostinho Rosas, Luiza Cortezão e Rosangela Tenório. Os temas debatidos foram A criatividade na prática docente numa perspectiva freiriana, “A perspectiva crítica na obra de Paulo Freire” e “Pedagogia freiriana: campo de possibilidade para a descolonização da educação”. As exposições aconteceram no Teatro Luiz Mendonça, no Parque Dona Lindu, durante todo o dia desta quarta-feira (21), e, simultaneamente, em outros três lugares: Teatro Boa Vista, Arcádia Paço Alfândega e Centro de Formação de Educadores Professor Paulo Freie. O Encontro Internacional é uma realização da Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Educação, Esporte e Lazer (SEEL), e teve o objetivo de refletir sobre os ensinamentos do educador recifense que teria completado 90 anos na última segunda-feira.

Com a temática “A criatividade na prática docente numa perspectiva freireana”, o Professor Doutor Agostinho Rosas afirmou que a criatividade exige conhecimento e que não é possível pensar numa criatividade que exclua o outro, que negue o próximo. “Para Paulo Freire, o Brasil havia sido invadido e não descoberto. Segundo o educador, precisamos superar a inexperiência democrática. Na educação do Brasil ainda há violência, exploração de menores, dificuldade de lidar com as diferenças pedagógicas. Com todas essas adversidades, como pensar em criatividade numa perspectiva freireana?”, questionou o professor.

Dr. Agostinho Rosas é presidente do Centro Paulo Freire-Estudos e Pesquisas. Docente na Universidade de Pernambuco/IES-ESEF, ele é membro do Comitê de Ética da UFPE e coordenador da Comissão de Avaliação de Currículo da ESEF/UPE. Doutor em Educação pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), ele é também Mestre em Ciências do Desporto e da Educação Física pela Universidade do Porto (UP) - Portugal.

Luiza Cortesão, que falou sobre “A perspectiva crítica na obra de Paulo Freire”, é professora emérita da Universidade do Porto, presidente da Direção do Instituto Paulo Freire de Portugal, coordenadora do Centro de Recursos Paulo Freire da UP – Portugal e pesquisadora e escritora na área de Educação. Já Rosângela Tenório, é Profª. Adjunta do Centro de Educação da UFPE e pesquisadora escritora na área de Educação.

Ano Letivo 2011 - A SEEL instituiu como tema do ano letivo 2011 “Paulo Freire: Cidadão do Recife, Educador do Mundo”, na perspectiva de desenvolver ações que possibilitem o diálogo com os educadores acerca da Pedagogia Freiriana, entendendo que a mesma poderá se constituir como um paradigma de pedagogia para a Rede Municipal do Recife, e possibilitar melhoria da qualidade do ensino e da aprendizagem de educandos e educadores.

De acordo com Paulo Freire, a escola é compreendida como parte do processo global de democratização da sociedade; e poderá contribuir para a formação de um modelo de sociedade mais humano e mais justo, por meio de uma política educacional baseada em valores como ética, solidariedade, liberdade, afetividade, participação, equidade, respeito à diversidade, inclusão, democracia e justiça social, que poderão dar sustentação à participação de todos nas riquezas e bens culturais da cidade e do país. É nessa perspectiva que a Prefeitura do Recife planeja e executa a política de educação do município.

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