Sou de Gravatá (PE), mas há cinco anos que não perco o São João do Recife. Está uma maravilha, organizado, bonito e com apresentações para todos os gostos e idades, as palavras da enfermeira Carmém Mírcia dos Santos, de 35 anos, pareciam fazer eco no palco principal do Sítio da Trindade, em Casa Amarela, onde 400 estudantes da rede municipal de ensino da Prefeitura do Recife se apresentavam na tarde, deste domingo (29), dentro do Quadrilhão Junino – 2008 promovido pela Secretaria de Educação, Esporte e Lazer.

Na abertura do evento, que antecedeu a final infantil do 10º Festival de Quadrilhas Juninas da cidade, também realizado pela PCR, a secretária Maria Luiza Aléssio, falou sobre a valorização dos bens culturais da cidade, uma das marcas da 1ª e 2ª gestões do prefeito João Paulo. Em primeiro lugar, quero dar um grande abraço em todos vocês, que após muita dedicação, em suas respectivas escolas, estão aqui para brindar os recifenses com um pouco da nossa tradição junina, disse, emocionada, aos estudantes presentes.

De acordo com Malu, aquele momento representava a culminância de um projeto diário, que envolve alunos, professores e comunidade. Ela se referia às ações dos animadores culturais, que promovem, nas escolas, diversas oficinas gratuitas de esporte e lazer, como forma de integração, motivação e elevação da auto-estima dos estudantes da rede.

Com todos os sentidos voltados para o passo sincronizado dos colegas e a voz de comando de Genivaldo Francisco, da Gerência de Animação Cultural (GAC), a estudante Tatiele Maria da Silva, de 13 anos, era só alegria. Foram várias semanas de ensaios, e não podemos decepcionar, principalmente nossos familiares e professores, argumentou com orgulho, dentro de um lindo vestido de cigana vermelho, preto e dourado. Ao seu lado, o aluno da mesma escola municipal (Casa dos Ferroviários/Tejipió), Dayvson Marcelo, de 14 anos, ressaltava outro lado importante de participar do Quadrilhão. Fazer amigos é a melhor motivação para estudar. E estar aqui, ao lado dos colegas, é um presente que só os festejos juninos oferecem, disse, com palavras firmes.

A concentração das irmãs, Kássia, de 6 anos, e Karla, de 8, em torno da beleza dos passos da quadrilha junina tradicional eram um exemplo vivo que as tradições juninas de Pernambuco estão sendo preservadas. A mãe coruja, Aline Pinto, de 31 anos, elogiou as apresentações. Ver uma quadrilha como esta, da rede de escolas da cidade, é um colírio para todos nós, espero que a seriedade como a cultura local seja tratada atualmente seja mantida e ampliada nos próximos anos, frisou. Os amantes dos festejos juninos e da memória cultural do estado também.

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