A capital pernambucana deu início ao Tratamento Coletivo da filariose nesta segunda-feira (3). Durante pouco mais de um mês, até o dia 12 de dezembro, agentes comunitários de saúde e agentes de saúde ambiental da Prefeitura do Recife realizarão visitas casa a casa em 13 bairros para levar a medicação que trata e previne a doença. Neste ano, a novidade é a ampliação da estratégia para sete novas localidades no acompanhamento em massa – Santo Amaro, Ilha Joana Bezerra, Linha do Tiro, Nova Descoberta (Alto do Reservatório e Alto da Brasileira), Mustardinha, Mangueira e Afogados.

Além desses, a estratégia contempla outros bairros incluídos em campanhas anteriores. Entre eles, Água Fria, Alto Santa Teresinha, Campo Grande, Brejo de Beberibe, Passarinho e Alto José Bonifácio. A estimativa é que, pelo menos, 80% das 185.000 pessoas residentes nos 13 bairros selecionados tomem a medicação. É o percentual mínimo que a Organização Mundial de Saúde (OMS) determina para conseguir acabar com a transmissão da moléstia.

“Depois de cinco anos trabalhando em bairros de maior prevalência, desde 2003, com a criação do Programa Xô Filariose, a Prefeitura está expandindo o tratamento em massa para outros bairros que apresentam uma prevalência menor. É uma forma de tratar as pessoas infectadas e evitar a ocorrência de novos casos em áreas que ainda foram contempladas anteriormente pela ação”, afirmou a secretária Municipal de Saúde, Tereza Campos. Para a realização do trabalho este ano, o município capacitou 604 profissionais, entre agentes e equipes de Saúde da Família e de saúde bucal. Foram investidos R$ 50.358,78, sendo boa parte para produção de material de suporte e divulgação da campanha.

Na manhã desta segunda (3), a equipe que trabalha na Unidade de Saúde da Família (USF) Vila São Miguel, na comunidade de mesmo nome, em Afogados, resolveu reunir os moradores numa palestra no Centro Espírita Casa de Baltazar antes de iniciar as visitas domiciliares. O intuito foi explicar o que era a filariose e a importância de as pessoas tomarem o medicamento. “No Recife, o Tratamento Coletivo consiste numa dose única anual tomada durante seis anos ou mais pelos moradores que tenham a partir de quatro anos de idade. É uma estratégia preconizada pela Organização Mundial de Saúde para erradicar a doença nas áreas endêmicas”, explicou a gerente de Epidemiologia da Prefeitura, Denise de Oliveira.

Primeira moradora a tomar o medicamento em Vila São Miguel, a costureira Isabel Nogueira da Silva, 58 anos, disse que aderiu a iniciativa por acreditar que o Tratamento Coletivo serve para erradicar a filariose não somente em sua residência, mas também na comunidade onde mora. “Acho importante porque, mesmo que eu tenha, fico prevenida de contrair. Além disso, estarei ajudando outras pessoas a ficar imunes ao verme”, disse a moradora. Ela, que já participou de ações da Secretaria de Saúde do Recife nos últimos anos, contou que faz exames todos os anos para verificar se está infectada pela doença.

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