Cultura
JOÃO TREVISAN FOMENTOU DEBATE EM TORNO DA LITERATURA HOMOERÓTICA
00:00 Quarta-feira, 25 de Agosto de 2010
Público lotou o auditório da Livraria Cultura para ouvir o jornalista, escritor e fundador do Grupo de Afirmação Homossexual
Por Jaciana Sobrinho
“A idéia da homossexualidade sempre foi tratada como uma lepra. Ainda hoje, temos guetos de homossexuais nas cidades, onde é possível viver e alimentar-se dessa chamada subcultura”. Com essa frase João Silvério Trevisan deu início ao painel “Literatura & Identidades: existe literatura homoerótica? promovido pelo Festival Recifense de Literatura – A Letra e a Voz, nesta terça (24).
Trevisan conta que faz questionamentos em torno da estética da chamada literatura homoerótica, observando se há elementos específicos para representar na escrita os sentimentos e vivências homossexuais. “Quando lemos o Poema XIV, de Roberto Piva, por exemplo, o que vemos é uma métrica que se assemelha às batidas do jazz e uma temática que pode se aplicar à qualquer orientação sexual. Não há algo que indica que o poeta é homossexual, existe uma ambigüidade que pode ser encontrada em poemas de Guimarães Rosa, só pra citar outro exemplo”, comenta Trevisan.
Ainda de acordo com Trevisan, o conceito sobre literatura homoerótica se divide em dois. “Tem gente que defende a vertente cheia de metáforas e fantasias do imaginário gay. Enquanto outros acreditam que esse gênero literário é divertido, escrachado. Mas a irreverência não é algo inerente apenas aos homossexuais”, afirma o autor, ilustrando sua consideração com o poema A bunda, que engraçada!, de Carlos Drummond de Andrade.
O autor fez algumas considerações acerca do mercado literário e as dificuldades para se fazer e viver de literatura no Brasil. Mas deixou claro que não acredita que isso seja algo diretamente relacionado à sua orientação sexual ou ao seu estilo de escrita. Antes de encerrar seu discurso, João declamou o poema Por favor, meu amo, do norteamericano Allen Guinsberg, e prestou uma homenagem com uma leitura emocionada de Poema Vertigem, da autoria de Roberto Piva, de quem João Trevisan foi muito amigo.
João Silvério Trevisan - Nasceu em 1944, na cidade de Ribeirão Bonito (SP). Escritor com domínio da prosa, é ensaísta, dramaturgo, tradutor, jornalista, coordenador de oficinas literárias, roteirista e diretor de cinema. Recebeu inúmeros prêmios em teatro, cinema e literatura, dentre os quais o Concurso Latinoamericano del Cuento, em Puebla – México, o Jabuti (três vezes) e o da Associação Paulista dos Críticos de Arte - APCA (duas vezes). Tem obras traduzidas para o inglês, o alemão e o espanhol. Escreve para jornais e revistas de todo o País e do exterior. Um de seus artigos mais conhecidos é “O Brasil não fica em Marte”.
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