Alunos de escolas municipais e estaduais participaram, na tarde desta quinta-feira (07), de uma atividade diferenciada. Eles foram convidados a participar do plantio de mudas no Sítio Trindade, no bairro de Casa Amarela. A ação faz parte da contrapartida prevista dentro da recuperação do fosso do Forte do Arraial Velho do Bom Jesus, prevista na Resolução nº 02/2009 do Conselho Municipal de Meio Ambiente - COMAM.

As mudas doadas pela sementeira do município foram plantadas no entorno da área onde está sendo realizado o trabalho arqueológico, de forma a criar uma barreira natural de proteção ao fosso. Além de plantar, a meninada também recebia informações do tipo de planta que estavam plantando e de sua história. O objetivo era despertar a curiosidade dos adolescentes pelos espécimes, enriquecendo a atividade.

Para alguns jovens, essa foi a primeira vez que tiveram esse tipo de contato com a terra. Foi o caso de Renata Adrianely Beltrão, de 12 anos, estudante da Escola Municipal Nilo Pereira, que nunca havia plantado uma árvore. “Gostei bastante da experiência”, afirmou ela. Outra estudante, Taísa Vanessa Siqueira, 12 anos, também gostou de participar da atividade e afirmou que “pretende monitorar o crescimento da árvore”.

Para o diretor de Meio Ambiente do Recife, Mauro Buarque, a atividade é importante para despertar nos jovens o gosto pela natureza e a responsabilidade da preservação. “A partir do momento que eles plantam uma árvore, isso faz com que tomem conta dela e despertem para os cuidados com a nossa natureza. Afinal, aqueles que moram aqui perto poderão vê-la se desenvolver aos poucos”, destacou.

O plantio teve o objetivo de substituir algumas espécies que foram retiradas da área onde está localizado o fosso do antigo forte, um achado arqueológico de grande valor histórico para o Recife e que foi descoberto em 1969. Foram plantadas mudas de abricó-da-mata, embira-vermelha, jaboticaba, jacarandá, maçaranduba, murici, quiri e ubaia.

Enquanto os adolescentes mexiam com a terra, Agentes de Saúde Ambiental (ASA) recebiam informações sobre o trabalho arqueológico que está sendo feito no Sítio Trindade com o professor Marcos Albuquerque, da Arqueolog Ltda. Eles puderam ainda conhecer um pouco da formação do bairro de Casa Amarela, tendo na sua origem o “Forte do Arraial Velho do Bom Jesus” e puderam visitar o Laboratório Móvel de Arqueologia instalado no Sítio para o trabalho de recuperação do fosso.

A atividade integra o Projeto de Educação Patrimonial “Conhecendo o Arraial Velho do Bom Jesus” da Diretoria de Preservação do Patrimônio Cultural da Secretaria de Cultura, com a parceria da Administração do Sítio/Refinaria Multicultural do Sitio Trindade, Empresa Municipal de Limpeza Urbana – EMLURB, da Secretaria de Serviços Públicos, Secretaria de Educação, Secretaria de Saúde, e Diretoria de Meio Ambiente da Secretaria de Planejamento Participativo, Obras e Desenvolvimento Urbano e Ambiental – SPPODUA e a Arqueolog.

O fosso - O trabalho, que está sendo realizado pela Secretaria de Cultura do Recife, a Diretoria de Proteção ao Patrimônio Cultural e Imaterial – DPPC e a Arquelog Ltda., consiste na limpeza da área onde foi encontrado o perímetro do fosso do antigo forte, construído em 1630 e destruído em 1635, e que foi um marco da resistência dos portugueses à invasão holandesa em Pernambuco. A ação foi aprovada pelo COMAM, na reunião ordinária de março, mediante apresentação do parecer da Diretoria de Meio Ambiente do Recife – Dirmam, confirmando a viabilidade da obra e definindo algumas ações compensatórias.

As árvores que estavam no local do fosso eram recentes, com cerca de 40 anos, sendo a maioria de fácil replantio. Segundo o diretor de Meio Ambiente do Recife, Mauro Buarque, aquelas que não puderam ser replantadas estão sendo compensadas com o plantio de novas mudas em outras áreas do sítio. “Essa contrapartida foi uma das condições para que o trabalho pudesse ser realizado, pois entendemos que o resgate desse fosso vai atribuir valor ao já tão procurado Sítio Trindade”, explicou.

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