A Oficina de Grafite realizada no CRAS Bido Krause pelo Programa Multicultural da Secretaria de Cultura / Fundação de Cultura Cidade do Recife – FCCR está encerrando suas atividades. Desde o dia 20 de outubro, cerca de 25 jovens a partir dos 14 anos se reuniram todas as tardes para aprender técnicas de pintura, noções de ética e cidadania. A ação integra a primeira rodada de Oficinas Básicas de Arte e Cultura, que levou oportunidades de aprendizagem para 18 comunidades do Recife.

A escolha dos temas e dos locais das Oficinas foi realizada durante o ciclo de Diálogos nas Comunidades, realizado entre os meses de abril e maio em todas as microrregiões. O objetivo das Oficinas do Programa Multicultural é sensibilizar para as linguagens artísticas, despertar talentos e criar oportunidades de geração de trabalho e renda nas 18 microrregiões do Recife.

Na microrregião 5.3, a opção pelo Grafite está deixando saldo para o espaço que a acolheu. No Bido Krause, dois espaços internos foram renovados com murais produzidos pelos alunos com orientação e participação da educadora Jouse Barata: o anfiteatro e a portaria. A face externa do muro do Centro Social também foi toda pintada, alegrando o cotidiano de quem passa pela Avenida Onze de Agosto, no Totó.

Em visita à Oficina, Joana Barbosa, coordenadora de Mobilização e Articulação Comunitária do Multicultural, se impressionou com o efeito do mural em interface com a comunidade. “Uma atividade dessas interfere na vida da comunidade. Cria uma intervenção urbana na comunidade. Além da oportunidade de aprender, gera um espaço para mostrar o trabalho. Onde antes não havia nada, agora existe arte”, alegra-se Joana.

Mas a educadora Jouse Barata, responsável pela atividade, lembra que o mura era pixado e que todos juntos fizeram a base em azul. Jouse falou da importância de ser grafiteira e participar do Movimento Cultural Cores do Amanhã para chamar a atenção dos jovens da área. “Aqui em Areias há muitos pixadores e a maioria deles tem vontade de ser grafiteiro. Quando eles souberam que a Oficina era de Grafite, e com alguém que eles já conheciam, vieram todos”, revela a educadora.

Jouse acrescentou que usa o Grafite como um meio para tocar em temas importantes como a não-violência, o respeito pelo outro, a necessidade de solidariedade e união para o crescimento de todos. “A gente não está aqui só para pintar. A cultura Hip Hop quer trazer união entre as pessoas. Eu não acredito que depois de tantos encontros e tantas conversas, ainda possa acontecer disputa por uma lata de tinta entre vocês”, dialoga Jouse com os jovens.

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