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Cultura

FESTIVAL A LETRA E A VOZ ABORDA LITERATURA REGIONALISTA
18:37 Quinta-feira, 26 de Agosto de 2010

BráulioTavares discorreu, para uma plateia atenta, sobre o tema “Realismo mágico e álgebra mágica”

Por Kellen Lima

Dando continuidade à programação do Festival Recifense de Literatura - A Letra e A Voz, promovido pela Prefeitura do Recife, o escritor, compositor e pesquisador paraibano Bráulio Tavares palestrou, nesta quinta-feira (26), no auditório da Livraria Cultura, sobre literatura regionalista e o escritor contemporâneo. Ele discorreu, durante pouco mais de uma hora, sobre o tema “Realismo mágico e álgebra mágica”, para uma platéia atenta.

Apesar de citar grandes autores regionalistas do cenário nacional, como Machado de Assis, Dalton Trevisan e Rubem Fonseca, foi a Guimarães Rosa que ele se deteve, uma vez que o considera um escritor raro da nossa cultura. “Guimarães Rosa é um autor que vai em busca do que não é descritível, o que cria certa dubiedade. Isso faz com que possamos ler um conto uma centena de vezes, sem que ele se esgote”, afirmou.

Um dos pontos destacados foi a dualidade existente entra a obra literária e a catalográfica, o que, segundo o palestrante, está presente na maioria das literaturas regionalistas. Para Bráulio, a maioria do regionalismo produzido no País tornou-se, com o passar do tempo, um mero registro histórico de costumes. “Muitas vezes a literatura regionalista está preocupada em mostrar o exótico, mas não mergulha fundo na história humana, por isso ela se esvai e, anos depois, é lida apenas por estudiosos, que estão procurando registros de época. Esse é o tipo de literatura regionalista que envelhece, que perde seu valor literário, mas não histórico”, afirmou. Todavia, ele lembra que existe a obra em que a junção das duas características é claramente percebida e, mais uma vez, cita Guimarães Rosa, ao afirmar que ele “unia os dois extremos: o racional e o afetivo”.

Álgebra Mágica – Foi em uma entrevista concedida ao crítico Günter Lorenz, em 1965, que Guimarães Rosa afirmou não utilizar a expressão “Realismo Mágico” para definir suas obras, mas o termo “Álgebra Mágica”. Para Bráulio, a frase expressa todas as vertentes ligadas ao misticismo, pelo qual Rosa era muito interessado, somado à mágica da literatura. “Ele apresentava grandezas concretas e grandezas abstratas. É como se ele dissesse que escreve as cenas enquanto você interpreta o que acontece. O espaço vazio que fica no conto é o ‘x’ algébrico”, disse Tavares.

Formação - Na atenta plateia, formada por pessoas de idades bastante variadas, estava a aluna de pedagogia Aline Souza, 21 anos, que afirmou ter recebido o convite de uma amiga para participar do Festival, considerado relevante para a sua formação. “Eu serei uma educadora por isso acho importante ter o conhecimento sobre esse tipo de tema, além de ser muito interessante, já que gosto de literatura”, afirmou.

Após a palestra, o autor paraibano fez o lançamento do seu novo livro “Contos obscuros de Edgar Allan Poe”, autor norteamericano cujo bicentenário foi celebrado em 2009.

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