Como identificar uma possível vítima de violência? Para onde encaminhá-la? Até onde intervir? Esses e outros questionamentos foram debatidos com profissionais da atenção básica da rede municipal de Saúde na manhã desta sexta-feira (27), durante o seminário Viver sem Violência – Direito da Mulher. O evento foi realizado no auditório da Fundação Joaquim Nabuco, no Derby, e faz parte das ações promovidas pela Prefeitura do Recife em comemoração ao Dia Internacional pelo Fim da Violência Contra a Mulher, celebrado em 25 de novembro.

Agentes comunitários de saúde, médicos, enfermeiros, psicólogos, técnicos e auxiliares de enfermagem constituíram o público da sensibilização. De acordo com a gerente de Atenção à Saúde da Mulher do Recife, Benita Spinelli, por atuarem na porta de entrada para os serviços de saúde, os profissionais que trabalham na atenção básica devem ser capazes de perceber sinais da violência, uma vez que ela pode manifestar-se de diversas formas.

“Existe violência física, sexual, psicológica, doméstica e institucional, entre outras. É fundamental que o profissional que trabalha na saúde esteja preparado para acolher, abordar e, principalmente, dar o encaminhamento correto aos casos. Para isso ocorrer, ele precisa conhecer bem as ferramentas que a gestão possui para melhor atender às necessidades de cada situação em particular”, destacou Benita.

Agente comunitária de saúde do Distrito Sanitário VI, Maria de Fátima Tavares foi uma das participantes do seminário. “Achei maravilhoso o encontro. Eu não tinha idéia que existiam tantos tipos de violência contra a mulher. Depois das conversas de hoje percebi que já estive diante de muitos casos de agressão e não sabia que se caracterizavam como tal”, destacou.

O evento também contou com a participação de gestores de diversas áreas. Um deles foi Aristides Oliveira Neto, gerente de Atenção Básica do Recife, que mostrou como se organiza a rede municipal de saúde. Na seqüência, a coordenadora da ONG Grupo Curumim, Paula Viana, discutiu a repercussão da violência nos direitos reprodutivos e sexuais das mulheres. Depois dela, Juliana César, à frente da Coordenadoria Municipal da Mulher, explicou a Lei de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher – Lei Maria da Penha. Finalizando as discussões, a coordenadora de Prevenção de Acidentes e Violência do Recife (Copav), Carmelita Maia, destacou a importância da notificação de ocorrências de agressão contra o sexo feminino.

“O trabalho de complementação entre as áreas é importantíssimo para que possamos diminuir, cada vez mais, as agressões cometidas contra mulheres”, disse Juliana César. “Discutir o assunto é garantir que ele seja passado adiante, uma vez que os profissionais acabam atuando como agentes multiplicadores da informação. É preciso que a mulher tenha discernimento de que determinadas atitudes também configuram como violência e, a partir daí, procurem soluções”, completou Paula Viana.

 

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