A oficina, ministrada por Flávio Carneiro, faz parte do 8º Festival Recifense de Literatura - A Letra e A Voz, promovido pela Prefeitura do Recife.

Kellen Lima

Como se faz um livro? Qual o papel de um editor? Estas e outras perguntas foram respondidas neste sábado (28), no auditório da Livraria Cultura, durante o curso “Viver de Literatura”, ministrado pelo escritor, crítico literário, roteirista e professor de literatura da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Flávio Carneiro. A oficina faz parte do 8º Festival Recifense de Literatura - A Letra e A Voz, promovido pela Prefeitura do Recife.

A ideia do curso surgiu a partir da própria experiência do autor, quando do início da carreira, quanto à necessidade de conhecer o processo que envolve a produção literária. “Quando tinha uns 20 anos queria muito publicar meu livro, mas não sabia como. Cheguei a seguir Carlos Drummond de Andrade pelas ruas do Rio de Janeiro e também estive na casa de Cora Coralina. Eu queria saber mais sobre esse universo, queria saber como publicar um livro”, disse.

Durante o curso Carneiro abordou os métodos de produção da obra literária e do roteiro cinematográfico, bem como falou sobre o contrato editorial e a importância do papel do editor, que deve conhecer bem o mercado e ter um bom relacionamento com o autor. “Nós somos muito vaidosos, é preciso saber lidar com a gente. Por outro lado também precisamos entender as preocupações do editor, que envolvem o aspecto comercial”.

A relevância da capa, contracapa, orelha e outros detalhes não passaram incólumes. Sequer o conselho para jovens autores foi deixado de lado: “A primeira coisa fundamental é não escrever para a criança, por exemplo, como se soubesse mais que ela. A literatura não ensina nada. O leitor até pode aprender com ela, mas não é esse o papel a que ela se destina”, enfatizou.

E o conselho foi levado a sério por Gabriel Galvão, 21 anos, estudante de letras, que achou significativa a oportunidade de participar do curso. “Eu sou apaixonado por literatura e estou escrevendo um livro. Ter essa experiência com Flávio Carneiro foi extremamente enriquecedor, do início ao fim”, disse o estudante.

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