Ação resultou na apreensão de mais de 100 quilos de carne impróprias para consumo humano

Por Tádzio Estevam

A Vigilância Sanitária do Recife realizou, na manhã desta segunda-feira (20), apreensões de carne clandestina e veneno para rato. As ações aconteceram nos arredores do Mercado de Casa Amarela e no Mercado de Afogados. A iniciativa faz parte de uma ação conjunta do órgão municipal com a Delegacia do Consumidor, Ministério Público e Polícia Civil.

Na primeira ação, os técnicos da Vigilância Sanitária identificaram e abordaram um comerciante que vendia veneno para matar ratos. Na banca do comerciante que não quis se identificar, havia uma quantidade considerável de chumbinho, raticida em líquido e um veneno mais conhecido por 1.080. O comerciante foi preso em flagrante e teve todos os produtos apreendidos. Porém, os policiais tiveram uma surpresa quando entraram no estabelecimento no qual o vendedor montou o tabuleiro. Nos fundos de uma casa de jogos, a quantidade era superior à apreendida.

Além do quantitativo na banca, o comerciante ainda mantinha como estoque mais de 400 pacotes de chumbinho, aproximadamente 900 frascos de 1.080 e mil unidades de inseticidas, o que daria para vender o equivalente a 50 vezes a quantidade comercializada na rua. O comerciante foi autuado e levado à Delegacia do Consumidor.

De lá, a equipe da Vigilância Sanitária do Recife se dirigiu ao Mercado de Afogados, onde foram apreendidos mais de 100 quilos de carnes impróprias para o consumo humano. No boxe de número 90, as carnes – de boi e de bode, além de órgãos como fígado, pulmão, intestino, coração e traquéia -, estavam sem nota fiscal de compra o que configurou sua clandestinidade. Por conta isso, também não era possível saber se elas estavam ou não dentro do prazo de validade. Já no box de número 92, produtos foram apreendidos e o box, interditado, por não oferecer boas condições de acondicionamento. Os dois comerciantes do mercado também foram notificados e encaminhados para a delegacia.

“As carnes sem licença de produção podem ser vetores de doenças infecto-contagiosas graves. O consumidor precisa estar atento e sempre adquirir carnes em locais de confiança, solicitando o registro da mercadoria”, orienta Luiz Paulo Brandão, gerente da Vigilância Sanitária do Recife. Ainda de acordo com ele, a ação acontece regularmente. “Estamos aqui graças às denúncias da população. Assim como esta, todas as nossas ações são acordadas com o Ministério Público e com a Delegacia do Consumidor. Contamos também com o apoio da Emlurb, já que precisamos levar o material que foi apreendido para incineração”, disse. Luiz Paulo informou ainda que em 2011 será feito um calendário para estabelecer um cronograma anual.

As inspeções conjuntas são realizadas em locais que comercializam carnes e queijos, entre outros produtos alimentícios. O objetivo é avaliar a procedência das mercadorias e as condições higiênico-sanitárias dos estabelecimentos. “A iniciativa serve de alerta a outros comerciantes, para que não cometam atos ilícitos. O comércio de produtos clandestinos afeta vários fatores, como o econômico e o da saúde, já que os alimentos sem procedência, muitos deles inadequados ao consumo humano, podem provocar diversas doenças”, explicou o gerente.

Os comerciantes autuados vão responder a processo administrativo-sanitário. Eles terão um prazo de até 15 dias para apresentar defesa. Se a irregularidade for comprovada, eles poderão receber desde uma simples advertência até uma multa, com valor que varia R$ 40 a R$ 400 mil.

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