A Prefeitura do Recife promoveu, na tarde desta quinta-feira (8), no Mar Hotel, em Boa Viagem, a 1ª Conferência Municipal de Saúde Mental Intersetorial do Recife. O evento contou com a participação do secretário de Saúde do Recife, Gustavo Couto, do membro do Comitê Científico para Políticas Públicas em Álcool e outras Drogas do Ministério da Saúde, Décio de Castro.

A abertura solene do evento, que vai eleger os delegados para a Conferência de Saúde Mental Estadual, contou também com as presenças da presidente do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional de Pernambuco (Crefito-PE), Luziânia Maranhão e o conselheiro de Saúde do Recife, segmento usuário, José Cleto, ambos intermediados pelo coordenador do Conselho de Saúde do Recife, Rosano Freire.

A construção de uma política mais abrangente no atendimento à saúde mental foi uma das questões levantadas pelos participantes da Conferência. Outro destaque, a complexidade do tema e a inclusão nos questionamentos sobre as drogas lícitas (a exemplo dos inibidores de apetite (anorexígenos), ansiolíticos, antidepressivos e anfetaminas), responsáveis pela dependência de 2 a 3% da população em químicos, além do álcool. “O Ministério da Saúde não tem o poder de executar os serviços em saúde e sim de financiar e induzir os serviços e para isso é necessária a integração entre os estados e municípios”, avalia o representante do Ministério da Saúde, Décio de Castro.

Para a presidente do Crefito-PE, Luziânia Maranhão, é necessário fazer um alerta para os envolvidos na questão para se encontrar e definir estratégias sólidas para combater a dependência química, exemplificando o debate sobre o uso de drogas nas salas de aula da rede municipal de ensino como exemplo de prevenção. “Temos que discutir a lógica do financiamento do Estado referente ao tratamento de dependentes químicos e pacientes com transtornos mentais”, frisou.

Já o conselheiro de saúde representante dos usuários, José Cleto, disse que a Conferência veio em boa hora porque o índice de mortalidade de dependentes químicos do crack só cresce em Pernambuco. “Além disso, temos que exigir a integração da rede de saúde desde a atenção básica. Os PSFs estão perdendo a sua finalidade e os profissionais que são encaminhados para eles não têm compromisso”, afirmou.

Outras questões foram levantadas pelos participantes, como a acessibilidade de portadores de transtornos mentais às salas de aula, o diagnóstico e o tratamento especializados para pessoas com autismo que é deficiente no Estado e a importância de investimentos constantes nos Centro de Apoio Psicossocial do Município (CAPS) para o atendimento com qualidade às pessoas com transtornos psíquicos e dependentes químicos.

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